domingo, 21 de novembro de 2021

Apocalipse 8 e 9: o Sétimo Selo (As Trombetas)

Antes da volta de Jesus haverá uma série de julgamentos que expressarão a ira de Deus sobre o mundo ímpio. 

Progressivamente os julgamentos aumentam em velocidade, poder e devastação. 

Haverá alguns julgamentos preliminares antes do dia do Senhor. Eles são descritos nos primeiros cinco selos: a falsa paz, a guerra, a fome, a morte e a vingança. 

O evento culminante do julgamento que põe fim ao controle do homem e ao governo de Satanás na terra é chamado de o Dia do Senhor. Esse termo descreve a conquista final de Deus, à medida que Ele tira o mundo e o universo que é por direito Seu das mãos do usurpador, o deus deste século. 

A descrição do sexto selo é muito paralela ao testemunho bíblico do caráter e da natureza do Dia do Senhor, então, o sexto selo é o seu gatilho: 

O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e terrível Dia do Senhor. (Joel 2:31) 

Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória. (Mateus 24:29,30 /// Atos 2:38) 

O Dia do Senhor tem a sua expressão máxima no momento em que Cristo intervém pessoalmente e diretamente nos negócios humanos, ou seja, na sua vinda e na luta contra a besta e seus exércitos (Apocalipse 19:11-21), ali EFETIVAMENTE as ações humanas são interrompidas, a permissão para o dia do homem é revogada, e o planeta passa a ser administrado diretamente pelo Senhor, daí o nome o Dia do Senhor. 

O sétimo selo contém em si 13 julgamentos: os julgamentos de 6 trombetas e os 7 julgamentos das tigelas contidas na sétima trombeta. 

Ou seja, o número total de julgamentos é de 19 (1+9=10, o número do limite para os negócios humanos): os julgamentos de 6 selos, e os julgamentos de 6 trombetas e os julgamentos das 7 tigelas contidas no sétimo selo. 

O sétimo selo contém todos os julgamentos finais das trombetas e das tigelas, que ocorrerão na segunda metade da tribulação. 

👉 Quando o Cordeiro abriu o sétimo selo, houve silêncio no céu cerca de meia hora. (Apocalipse 8:1) 

Quando o Cordeiro abre o último selo, todos os que estão no céu sabem o que significa. 

Significa que o fim chegou. 

O julgamento final está prestes a ser desencadeado. 

Não há mais selos para serem abertos. 

Este é o último. 

O último selo traz as sete trombetas que serão tocadas e na segunda metade. 

E a sétima trombeta traz as setes tigelas da ira que serão derramadas no final da segunda metade. 

Ou seja: 

O conteúdo dos capítulos 8,9 e 16 fala de eventos que acontecerão na segunda metade. 

(Os capítulos 10 a 15, 17 e 18 são parênteses explicativos) 

O capítulo 19 revela a volta de Cristo, após o final da tribulação. 

O SILÊNCIO 

A cena no céu tem sido muito barulhenta até aqui: barulhos alegres e canto alto. Os quatro seres viventes louvaram, vinte e quatro anciãos cantavam louvor, incontáveis anjos têm cantado e louvado. Tem havido harpas, tem havido trovões, anjos dizendo “Vai”, mártires orando e clamando sob o altar, os santos da tribulação cantando. Tem havido muito barulho no céu, barulho de louvor. 

Mas quando o sétimo selo é quebrado e o que está para acontecer torna-se visível conforme o pergaminho é desenrolado - e a implicação é que todos podem ver o que ele diz - eles são reduzidos ao silêncio absoluto. 

Então, todos os barulhos que soam triunfantes, toda a exaltação cessa. É o silêncio da admiração, é o silêncio da antecipação da realidade sombria do que está por vir, bem como a realidade alegre da exaltação de Cristo e da devastação de Satanás e do pecado. 

A hora finalmente chegou. Os santos devem ser vindicados. Satanás deve ser vencido. O pecado deve ser punido. E Cristo deve ser exaltado. 

Essa meia hora de silêncio é a calmaria antes da tempestade, o silêncio dos presságios, o silêncio da expectativa, o silêncio do temor. 

Certamente, o silêncio absoluto daquela grande multidão de milhões e milhões de anjos e seres por meia hora parecerá uma eternidade, meia hora de suspense agonizante. 

Será algo solene... 

👉 Veio outro anjo e ficou de pé junto ao altar, com um incensário de ouro, e foi-lhe dado muito incenso para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro que se acha diante do trono; e da mão do anjo subiu à presença de Deus a fumaça do incenso, com as orações dos santos. (Apocalipse 8:3,4) 

No templo judaico, tinha o altar de bronze, e então você tinha o altar do incenso. O altar de bronze era basicamente o altar usado para acender as brasas para queimar os sacrifícios pelo pecado. E o altar do incenso era onde se derramava o incenso e a fragrância do incenso subia e era emblemática das orações do povo. o altar de bronze ficava do lado de fora, o altar de ouro ficava do lado de dentro do lugar sagrado, bem em frente ao véu do Santo dos Santos. 

Duas vezes por dia o sumo sacerdote fazia isso, uma de manhã e outra à noite, no sacrifício da manhã e no sacrifício da tarde. O sacerdote ia para o altar de bronze e pegava fogo, ele misturava com incenso, levava isso diante do Santo dos Santos, bem perto do véu, colocava no altar de ouro. E ele acendia aquilo e - e isso enviava o incenso para cima. E estava simbolizando exatamente o que as pessoas estavam fazendo lá fora, pois no mesmo momento em que ele fazia isso, elas estavam orando do lado de fora.

Ora, aconteceu que, exercendo ele diante de Deus o sacerdócio na ordem do seu turno, coube-lhe por sorte, segundo o costume sacerdotal, entrar no santuário do Senhor para queimar o incenso; e, durante esse tempo, toda a multidão do povo permanecia da parte de fora, orando. (Lucas 1:8-10) 

Este anjo está trabalhando como um sacerdote do Antigo Testamento. 

👉 E o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o atirou à terra. E houve trovões, vozes, relâmpagos e terremoto. (Apocalipse 8:5) 

É interessante que estas coisas assustadoras aconteçam como resposta e consequência de orações...orações clamando justiça como as de 6:10. 

trovões, vozes, relâmpagos e terremoto revelam ações de julgamento divino, consequências da recusa da verdade (“porque não acolheram o amor da verdade para serem salvos” - 2 Tessalonicenses 2:10) 

Cento e quarenta e quatro mil evangelistas judeus estarão pregando o evangelho, um anjo estará voando pelo meio do céu pregando o evangelho, duas testemunhas pregarão por 3 anos e meio em Jerusalém, eles até serão mortos e ressuscitam dos mortos selando a validade de seu testemunho. Haverá todas as pessoas sendo convertidas e pregando o evangelho até os confins da terra (Mateus 24:14 / Daniel 11:33; 12:3). 

Por que em meio a tanto holocausto e desastres e julgamentos, as pessoas não acreditam? 

O julgamento é este: que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz; porque as suas obras eram más. (João 3:19) 

Esse é o problema: as pessoas não querem largar seu modo de vida, em que elas mesmas são donas de seus destinos e decisões...não aceitam senhorio (“rompamos os seus laços e sacudamos de nós as suas algemas.” - Salmos 2:3) 

Quando chegamos aos julgamentos da trombeta, o Anticristo já se levantou, seu reinado de terror começou. Ele massacrou judeus e crentes. Ele está aterrorizando aqueles que afirmam sua fé em Cristo e está dominando o mundo. A essa altura, ele conseguiu enganar o mundo para que o seguisse e, portanto, está totalmente no comando. O mundo está passando pelo pior momento imaginável da história da humanidade e eles ainda não viram nada, o pior vai começar agora, tudo o que aconteceu antes (na primeira metade), foi preliminar. 

Mas, mesmo na reta final, quando os juízos mais pesados das trombetas e das tigelas começarão a ser derramados, DEUS AGE COM MISERICÓRDIA E AINDA DÁ OPORTUNIDADE PARA ARREPENDIMENTO, pois ao invés de atingir o homem diretamente logo no início dos juízos, Ele ataca primeiro o Ecossistema: a terra, as árvores, os pastos (T1), a vida marinha (T2), os recursos hídricos (T3) e os elementos cósmicos (T4). O que, com certeza, vai afetar a economia mundial, ou seja, Deus ataca primeiro o que o homem mais adora, o poder que o dinheiro confere através do comércio... 

As primeiras quatro trombetas ocupam sete versos, as últimas três ocupam cinquenta versos. As quatro primeiras são sucintas, apesar de intensas, mas não tão intensas quanto as três últimas, que atingem diretamente o homem. E Deus nos escolheu dar mais detalhes sobre elas por causa de sua importância, elas são chamadas de ais! (8:13) 

👉 O primeiro anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda erva verde. (Apocalipse 8:7) 

A saraiva, que é uma tempestade intensa de pedras e granizo, é um julgamento divino que está ligado a angústia, peleja e guerra (Jó 38:22,23) e causa tormenta e destruição (Isaías 28:2). 

O SENHOR ACABA DE DECLARAR GUERRA À HUMANIDADE! 

A seriedade é percebida pelo fato que a saraiva não é de gelo, mas de fogo com sangue. 

O recado das 4 primeiras trombetas é claro: existe insatisfação da parte dos céus para com os homens, é isso que Deus quer que a humanidade perceba: saraiva de fogo atirada a terra (Trombeta 1), grande montanha ardendo em chamas atirada ao mar (Trombeta 2), uma grande estrela ardendo como tocha cai do céu (Trombeta 3), a terça parte do sol, da lua e das estrelas escurece (Trombeta 4). 

Todos os 4 juízos têm uma origem comum perceptível para qualquer um, o céu. 

O resultado será um grande incêndio que queimará um terço do mundo! O prejuízo para a agricultura, a pecuária e o sustento mundial é inimaginável.

Sem contar o dano a camada de ozônio e ao clima planetário com um terço da floresta amazônica e de todas as outras pegando fogo... 

A ênfase repetida ao longo dos julgamentos das quatro primeiras trombetas em um terço revela de forma convincente que estes são julgamentos precisos e divinamente controlados e não meros desastres naturais. 

👉 O segundo anjo tocou a trombeta, e uma como que grande montanha ardendo em chamas foi atirada ao mar, cuja terça parte se tornou em sangue, e morreu a terça parte da criação que tinha vida, existente no mar, e foi destruída a terça parte das embarcações. (Apocalipse 8:8,9) 

Com a perda da produtividade agro-pastoril, o homem vai recorrer em desespero para as provisões marinhas, mas então vem outra calamidade: a perda de um terço da produção pesqueira e do comércio marítimo, o que vai gerar o colapso dos países que tem como base de sua economia essas atividades. 

O sangue pode até ser literal, devido a quantidade de criaturas marinhas que irão morrer, mas o mais provável é que seja uma “maré vermelha”, que é como os cientistas chamam o fenômeno do mar avermelhado por ele ter sido bioquimicamente envenenado por inúmeros micro-organismos mortos. 

A linguagem profética aponta para um corpo celeste de grandes proporções caindo no mar, e é possível imaginar a negra expectativa do mundo assistindo pelas mídias a aproximação desse corpo celeste e a angústia de onde será que ele vai cair... 

👉 O terceiro anjo tocou a trombeta, e caiu do céu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas uma grande estrela, ardendo como tocha. O nome da estrela é Absinto; e a terça parte das águas se tornou em absinto, e muitos dos homens morreram por causa dessas águas, porque se tornaram amargosas. (Apocalipse 8:10,11) 

Nem bem a humanidade se recuperou da saraiva de fogo que incendiou um terço do mundo e do compacto corpo celeste que envenenou um terço do mar, chega a notícia de um novo corpo celeste se aproximando perigosamente da terra, só que este não cai como um grande bloco parecendo uma montanha, mas se desintegra e seus muitos fragmentos se espalham pela terra e atingem as fontes de água potável...sem comida e agora sem água. 

O homem pode viver sem o que vem do mar e pode viver um pouco sem as colheitas, mas não pode viver sem a água. 

👉 O quarto anjo tocou a trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, da lua e das estrelas, para que a terça parte deles escurecesse e, na sua terça parte, não brilhasse, tanto o dia como também a noite. (Apocalipse 8:12)

Isso vai trazer, no mínimo, duas consequências: o esfriamento da temperatura global e, mais problemas na agricultura, visto que as plantas dependem do sol para realizar a fotossíntese. 

A perda de calor solar causará quedas radicais na temperatura da terra. Isso significa mudanças severas na meteorologia, tempestades violentas, mudanças climáticas absolutamente imprevisíveis e desconhecidas para o homem. Haverá uma interrupção total dos ciclos botânico e biológico. À medida que isso começa a mudar, tudo no mundo começa a enlouquecer. 

Os cientistas céticos zombam de passagens como esta, pois eles sabem que a produção de energia radiante do sol resulta principalmente de processos de fusão termonuclear no seu interior e, que grande parte da produção de energia do sol resulta do colapso gravitacional, de modo que, para o sol perder parte de seu poder de iluminação e calor ele teria que perder massa, para ter sua gravidade modificada e a produção afetada, o que é IMPOSSÍVEL, na opinião deles. 

Mas, se Deus pode aumentar grandemente o calor solar, como Ele fará na quarta tigela (16:8,9), Ele também pode diminuir... 

👉 Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia em grande voz: Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar! (Apocalipse 8:13) 

E você pergunta: "Pode ficar pior do que isso?" Veja o versículo 13: “E eu olhei e ouvi uma águia voando no meio do céu, dizendo em alta voz: 'Ai, ai, ai daqueles que habitam na terra, por causa do toque restante da trombeta dos três anjos que estão prestes a soar!'” O pior ainda está por vir. Tudo isso porque os homens rejeitam a Deus e a Cristo. As primeiras quatro trombetas são catastróficas, mas não se comparam com as três que ainda estão por vir. 

A águia está ligada a julgamento que chega logo nas Escrituras: 

O Senhor levantará contra ti uma nação de longe, da extremidade da terra virá, como o voo impetuoso da águia, nação cuja língua não entenderás; nação feroz de rosto, que não respeitará ao velho, nem se apiedará do moço. (Deuteronômio 28:49-68) 

Saul e Jônatas, queridos e amáveis, tanto na vida como na morte não se separaram! Eram mais ligeiros do que as águias (= rapidez), mais fortes do que os leões. (2 Samuel 1:23)

Eis aí que sobe o destruidor como nuvens; os seus carros, como tempestade; os seus cavalos são mais ligeiros do que as águias. Ai de nós! Estamos arruinados! (Jeremias 4:13) 

Emboca a trombeta! Ele vem como a águia contra a casa do Senhor, porque transgrediram a minha aliança e se rebelaram contra a minha lei. (Oséias 8:1) 

Os seus cavalos são mais ligeiros do que os leopardos, mais ferozes do que os lobos ao anoitecer são os seus cavaleiros que se espalham por toda parte; sim, os seus cavaleiros chegam de longe, voam como águia que se precipita a devorar. Eles todos vêm para fazer violência; o seu rosto suspira por seguir avante; eles reúnem os cativos como areia. (Habacuque 1:8,9) 

O aviso de alerta é explicito e universal: “pelo meio do céu”, em grande voz”. 

Detalhe: O quinto dia viu a criação de pássaros que "voam acima da terra, no firmamento aberto do céu" (Gênesis 1:20); e é uma águia que anuncia esta quinta trombeta. 

👉 O quinto anjo tocou a trombeta, e vi uma estrela caída do céu na terra. E foi-lhe dada a chave do poço do abismo. (Apocalipse 9:1) 

Uma estrela * JÁ CAÍDA (no grego é o particípio do pretérito perfeito: peptokóta), não “caindo” ou “cair”, estamos falando do próprio Satanás ou de um de seus anjos caídos sob seu comando (Isaías 14:12; Lucas 10:18; Apocalipse 12:4a). Esse verbo no pretérito pode ser uma referência tanto a queda original como a queda que ocorrerá na metade da tribulação quando Satanás será expulso da atmosfera por Miguel e seus anjos. 

* [A palavra “estrela” não tem sentido uniforme nas Escrituras, mas versátil; pode significar uma estrela literal (Gênesis 15:5; Isaías 24:4; 40:26; 45:12; Jeremias 33:22; Salmos 8:3; 136:9; Mateus 2:2; 24:29); pode significar uma pessoa (Gênesis 37:9; Apocalipse 1:20); pode significar uma autoridade (Números 24:17; Daniel 8:10; Apocalipse 2:1,8,12,18; 3:1, 7, 14) ou pode significar um ser angelical, santo ou decaído, dependendo do contexto. Os anjos são chamados de estrelas em Jó 38:7 (ver também Juízes 5:20; Salmos 147:4; Isaías 14:13; 40:26; Apocalipse 12:4a), e frequentemente no Antigo Testamento, a frase "hostes celestes" significa os anjos, como em Josué 5:14; 1 Reis 22:19; 2 Crônicas 18:18. Salmos 148:2. Que a palavra "estrela", aqui, é usada para "anjo" é claro pelas ações pessoais e pelo intelecto atribuídos a ela.] 

A este anjo caído é dada permissão (chave) para soltar do abismo um grupo de entidades ferozes que atormentarão os homens por cinco meses. 

PS: Deus ainda continua agindo com misericórdia e dando oportunidade para arrependimento, pois as entidades têm autoridade para atormentar mas não para matar, mesmo porque não será possível morrer neste período de cinco meses, Deus está enviando um recado de insatisfação como comportamento humano, na expectativa de que se convertam... 

O lamentável é que a maioria não se arrepende, mesmo sendo atormentados fisicamente, pelo contrário, ao invés de buscar a vida, buscam a morte...nem ainda quando a coisa piora na próxima trombeta, quando podem ser mortos... “Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos” (9:20,21) 

👉 Ela abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço como fumaça de grande fornalha, e, com a fumaceira saída do poço, escureceu-se o sol e o ar. (Apocalipse 9:2) 

O poço do abismo, ou abismo (no grego, na realidade, é fenda do abismo), parece ser um local de aprisionamento de demônios e anjos caídos: Lucas 8:31; 2 Pedro 2:4; Judas 6; Apocalipse 20:1-3. 

É um lugar de tormentos, pela fumaça que sobe como de um lugar de fogo, uma fornalha. (Apocalipse 14:11; 19:3; Gênesis 19:24-28), e parece ser o destino intermediário antes do destino final (que é o Geena) dos demônios e anjos caídos (Mateus 25:41), lugar para o qual os demônios de Gadara pleitearam para não ser enviados antes da hora, para ser atormentados (Mateus 8:29). 

Fumaça, nas Escrituras, pode se referir a coisas santas (Gênesis 8:20,21; Números 15:3; 28:6; Isaías 4:5; 6:4; Efésios 5:2; Apocalipse 8:4; 15:8), mas é geralmente associada com o julgamento (Gênesis 19:28; Salmos 37:20; 68:2; Isaías 14:31; 34:10; Joel 2:30; Naum 2:13; Apocalipse 9:17-18; 14:11; 18:9, 18; 19:3). 

Esse grande volume de fumaça emitido a partir do abismo faz com que o sol e o ar escureceram (assim como uma nuvem de gafanhotos também escurecem os céus). A fumaça poluindo o céu ilustra que a corrupção do inferno vinda do abismo de invadirá o mundo e o envolverá em trevas. 

👉 Também da fumaça saíram gafanhotos para a terra; e foi-lhes dado poder como o que têm os escorpiões da terra, (Apocalipse 9:3) 

Em todo o Antigo Testamento os gafanhotos são um símbolo de destruição (o que é bastante razoável para uma cultura agropastoril) e expressavam julgamento divino (Êxodo 10:12-15; Deuteronômio 28:38; 2 Crônicas 7:13; Joel 1:4; 2:25) 

Uma nuvem de gafanhotos tem, em média, 40 milhões de gafanhotos, e sua coluna, pode ter dezenas de metros de largura por altura e oito quilômetros de extensão, e causam uma destruição impressionante, por onde passa, não fica uma só folha ou broto nas 400 espécies de vegetação das quais se alimenta... 

O hebraico possui várias palavras para designar o gafanhoto, nomes que denotam a destrutibilidade e o poder devastador do inseto. Ele o chama gazam, que significa "cortador", assinalando o modo como o gafanhoto poda toda a vegetação que encontra em sua passagem; chama-o arbel, que significa "a que inunda", fazendo referência a enorme quantidade de gafanhotos que participam de cada invasão; chama-o hasil, que significa "a que acaba com as coisas" e descreve a devastação que um bando de gafanhotos pode ocasionar; chama-o solam, que significa "engolidor" ou "aniquilador"; chama-o hargol, que significa "o que galopa", descrevendo a rapidez com que é capaz de avançar quando caminha sobre a terra; chama-o tzelatzel, que significa "o cruciador", descrevendo o som que faz. 

Estes não eram gafanhotos comuns, talvez na realidade nem sejam gafanhotos literais, mas sim que a palavra esteja sendo usada como um símbolo para A IMPLACABILIDADE DA DESTRUIÇÃO e, A FORMA MACIÇA COMO ESSA DESTRUIÇÃO É APLICADA, ou seja, de forma similar ao ataque de uma nuvem de gafanhotos. 

Os gafanhotos comuns "não têm rei" (Provérbios 30:27); mas estes têm; e seu nome é Abadom ou Apoliom, nome ligado a destruição (versículo 11). 

Eles parecem, por sua descrição, ser uma espécie de querubim infernal (querubins que caíram juntamente com Lúcifer em sua rebelião), pois uma das características dos querubins é a miscigenação de formas (Ezequiel 1:10; 10:14; Apocalipse 4:7), como estes apresentam: o gafanhoto, o cavalo, o homem, a mulher, o leão e o escorpião estão combinados neles. Eles são chamados de gafanhotos, embora sejam sobrenaturais e, aparentemente, incapazes de serem mortos. 

👉 e foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a qualquer coisa verde, nem a árvore alguma e tão somente aos homens que não têm o selo de Deus sobre a fronte. (Apocalipse 9:4) 

Os gafanhotos comem e destroem apenas a vegetação, pois são fitófagos, além disso, eles não são prejudiciais aos homens. Mas estes, do poço, são projetados para um propósito muito diferente. Os seres humanos são o objeto de seus ataques. Embora libertados da cova, eles não podem ir além do poder "dado" a eles, cujo poder de atormentar se limita "tão somente aos homens que não têm o selo de Deus sobre a fronte". 

Uma limitação semelhante é vista em Ezequiel 9:4-6, onde a ação de agentes nocivos é limitada apenas aqueles que não pertencem a Deus. Igualmente, durante as pragas divinas que assolaram o Egito Deus preservou os israelitas (Êxodo 8:22,23; 9:4,6,7; 25,26; 10:22,23). 

Aqueles que têm o selo de Deus incluem não só os 144.000 evangelistas judeus (7:3-4; 14:01), mas também o resto dos redimidos (cf. 22:4; 2 Timóteo 2:19). Este selo marca como pessoalmente pertencer a Deus e, como tal, protegido contra as forças do inferno. Jesus prometeu aos membros fiéis da igreja de Filadélfia que "quem vencer, eu o farei coluna no templo do meu Deus, e ele não vai sair com ela mais, e escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém, que desce do céu, do meu Deus, e o meu novo nome" (Apocalipse 3:12). 

A referência para a erva da terra sugere que algum tempo se passou desde o julgamento da primeira trombeta, quando, então, um terço das árvores foram queimadas juntamente com TODA a erva verde (8:7). A erva danificada voltou a crescer e deve permanecer intocada nesta praga, indicando que houve tempo suficiente para uma recuperação parcial do meio ambiente da Terra. 

👉 Foi-lhes também dado, não que os matassem, e sim que os atormentassem durante cinco meses. E o seu tormento era como tormento de escorpião quando fere alguém. Naqueles dias, os homens buscarão a morte e não a acharão; também terão ardente desejo de morrer, mas a morte fugirá deles. (Apocalipse 9:5,6) 

A duração desta praga é pré-fixada. Deve durar "cinco meses". Uma limitação semelhante é encontrada em outros julgamentos; Números 11:19,20, "um mês inteiro"; 2 Samuel 24:13, onde temos "sete anos", "três meses" e "três dias. 

O período de tempo em que prevaleceram as águas do dilúvio que Deus trouxe “sobre o mundo dos ímpios” na terra também foi de cinco meses (de 17 do mês segundo; maio, ao dia 17 do sétimo mês: setembro cf. Gênesis 7:11 e 8:4). 

O limite de tempo desses gafanhotos infernais corresponde ao tempo de vida dos gafanhotos comuns, que é de cinco meses (de maio a setembro, em Israel e, que “por coincidência”, também é do segundo ao sétimo mês...). 

O tormento que produzem, por ser comparado ao dos escorpiões, que está ligado ao da produção de intensa dor física no local da picada, calor corporal e suor abundante, náusea, vômito, salivação excessiva, dor abdominal, diarréia, arritmia do coração, alteração da pressão sanguínea, dificuldade respiratória devido ao acúmulo de fluidos no pulmão, agitação e confusão mental. 

Traduzindo: sofrimento físico a ponto de desejar morrer, sem, porém, conseguir, pois Aquele que tem “as chaves da morte e do inferno”, tranca a morte durante esse período. Aqui notamos a preocupação de poupar a vida aos homens, conservando-lhes a possibilidade de arrependimento, embora sob o aguilhão da dor. 

É interessante observar também que o número 5 é o número que expressa a graça. 

Como disse C.S. Lewis: “O sofrimento é o megafone de Deus para um mundo ensurdecido.”, pois, na maioria das vezes, quando Deus permite a calamidade, Ele objetiva o arrependimento e a restauração (Amós 4:6-11; Ageu 2:17). 

👉 O aspecto dos gafanhotos era semelhante a cavalos preparados para a peleja; na sua cabeça havia como que coroas parecendo de ouro; e o seu rosto era como rosto de homem; tinham também cabelos, como cabelos de mulher; os seus dentes, como dentes de leão; tinham couraças, como couraças de ferro; o barulho que as suas asas faziam era como o barulho de carros de muitos cavalos, quando correm à peleja; tinham ainda cauda, como escorpiões, e ferrão; na cauda tinham poder para causar dano aos homens, por cinco meses; (Apocalipse 9:7-10) 

Estes versículos fornecem a descrição dos seres que saem do poço, as palavras "semelhante", "como" e "parecendo" ocorrem nove vezes (são similitudes - representações que se aproximam do que realmente é). 

Como em outros lugares neste livro, muito do que é mostrado a João excede qualquer coisa que ele já viu antes e então ele se esforça para relatar a visão usando símiles que fornecem uma aproximação do que está sendo mostrado. 

Esses termos comparativos representam a semelhança mais próxima que João conhecia para descrever o que viu. No mínimo, eles fornecem suporte para a compreensão da descrição da visão como rigorosamente precisa da realidade diante dele. 

Nos versículos 7 e 8, temos a parte dianteira descrita; no versículo 9 a parte do meio; e no versículo 10 sua parte traseira. Joel 2:1-11 apresenta a descrição de seres similares a estes. 

A forma como João descreve os detalhes pode até parecer fantasiosa ou surreal, mas se fôssemos convidados a descrever uma simples aranha, uma pulga ou um inseto qualquer, quando vistos sob uma lente de aumento ou microscópio, quantos de nós recorreríamos a símiles como os de João...isso pelo simples fato de que os insetos conhecidos do mundo natural são normalmente bizarros. 

Considere a seguinte descrição por exemplo: 

A criatura tinha quatro asas, cada uma das quais coberta com algo como 250 mil escamas, e um corpo tripartido com um cabeça como se fosse com seis mil olhos. Dois longos chicotes semelhantes a cabelos se estendiam de sua cabeça, com os quais ele se guiava por imensas distâncias. Sua língua era como uma mangueira de incêndio e um quarto do comprimento de seu corpo e inclinava-se sobre seis pernas, cujas pernas dianteiras terminavam em seis lanças semelhantes a agulhas. Uma fantasia bizarra? De jeito nenhum! Apenas uma borboleta monarca fêmea. 

Existem ainda outras considerações que devemos levar em conta: 

O texto não fala nada sobre o TAMANHO dos seres demoníacos, se depender de sua semelhança com os gafanhotos comuns, não passam de alguns centímetros. Ou seja, os agentes desta praga podem estar na escala dos insetos. 

O fato de terem um ferrão na cauda, que causa dano mas não mata, aponta para a possibilidade de não estarem em uma escala muito grande, do contrário, o próprio ferrão, se muito avantajado, por si provocaria um ferimento mortal... 

Os anjos e os demônios não estão, necessariamente, sujeitos as leis físicas as quais estamos normalmente sujeitos, pois são espíritos. A Bíblia, por exemplo fala de milhares de demônios habitando dentro de um só homem, e depois em centenas ou milhares de porcos...não seria incomum poderem “caber” em um inseto ou uma serpente, por exemplo. 

Outra consideração é que não sabemos quase nada sobre o reino demoníaco e angelical e, principalmente, sobre suas capacidades de metamorfose. As Escrituras registram que os anjos são espíritos, no entanto, eles aparecem em várias passagens como homens humanos anatomicamente precisos. 

Aspecto semelhante a cavalos 

Joel usou terminologia semelhante para descrever a praga de gafanhotos de seu dia (que antecipa a praga demoníaca tribulacional): “A sua (um povo grande e poderoso, qual desde o tempo antigo nunca houve, nem depois dele haverá pelos anos adiante, de geração em geração) aparência é como a de cavalos; e, como cavaleiros, assim correm.” (Joel 2:2,4) 

A visão de Joel do exército de gafanhotos é uma representação de algo muito além de seu evento imediato, o derradeiro exército escatológico invasor liberado do poço. Joel está descrevendo a mesma visão de João (ambas as visões estão no escopo do Dia do Senhor), isto é sabido devido as muitas semelhanças entre a passagem de Apocalipse e a de Joel, 

Joel viu tanto a praga local de gafanhotos de sua época, mas também a entendeu como um tipo (ou modelo) desta praga demoníaca de gafanhotos no Dia final do Senhor. Ambos os gafanhotos naturais da época de Joel como os gafanhotos demoníacos aqui, representam julgamentos soberanos de Deus. Como João, ele recorreu à semelhança ao comparar os gafanhotos com os cavalos. 

Essa associação é facilitada por três fatos: (1) As cabeças dos gafanhotos e as dos cavalos são semelhantes em aparência. As palavras alemãs e italianas para “gafanhoto” significam literalmente “cavalo de feno” [ Heupferd ] e “cavalinho” [ cavalletta ], respectivamente. (2) Tanto os gafanhotos quanto os exércitos humanos avançam rapidamente. (3) O zumbido das asas e o farfalhar da deglutição dos gafanhotos lembra o som das rodas das carruagens. 

O que tanto João como Joel querem expressar com essa comparação é que SÃO EXÉRCITOS INEXORÁVEIS, IRRESISTÍVEIS. 

Coroas parecendo de ouro 

João, ao usar essa similitude, está apontando para o fato de que ESSAS ENTIDADES PERTENCEM A UMA HIERARQUIA DEMONÍACA SUPERIOR *, provavelmente um principado (devemos observar que eles acompanham uma entidade de hierarquia maior ainda, um rei). 

* [Que existem hierarquias, tanto entre os seres celestiais que mantiveram seu estado original como entre os que caíram, pode ser visto em passagens como Romanos 8:38; Efésios 1:21;3:10;6:12 e Colossenses 1:16;2:10] 

As coroas são um indicador da vitória que os gafanhotos terão sobre suas presas, pois a palavra usada aqui é sthefanos, que é a coroa dos vitoriosos. 

Um detalhe interessante a ser apontado é que existem algumas espécies de gafanhotos cujas cabeças terminam em um filete em forma de coroa que se assemelhava ao ouro em seu material e, qualquer brilho amarelo sobre a cabeça do inseto é base suficiente para a figura. 

Rosto como rosto de homem 

Isso indica que eles SÃO SERES RACIONAIS INTELIGENTES e não gafanhotos normais, pois têm discernimento para identificar os homens que não têm nas suas testas o sinal de Deus. 

Cabelos como cabelos de mulher 

Cabelos nas Escrituras estão ligados a distinção e sujeição, então, isso indica que esses seres SÃO DISTINTOS DE OUTROS SERES ANGÉLICOS MAIS COMUNS, MAS, QUE MESMO ASSIM, ELES AINDA ESTÃO SUJEITOS A ALGUMA AUTORIDADE SUPERIOR, que sabemos pelo texto que é a Abadom. 

Um detalhe interessante a ser apontado é que existem algumas espécies de gafanhotos possuem pelos curtos, duros e grossos na cabeça ou, um filamento não suave ao toque (a palavra hebraica é סָמָר [ Samar ] que Jeremias usou para descrever cavalos que iriam "subir como gafanhotos eriçados” (Jeremias 51:27). A forma participial é usada descrever um prego (Eclesiastes 12:11; Isaías 41:7). 

Dentes como dentes de leão 

Joel usou terminologia semelhante para descrever a praga de gafanhotos de seu dia (que antecipa a praga demoníaca tribulacional): “Porque veio um povo contra a minha terra, poderoso e inumerável; os seus dentes são dentes de leão, e ele tem os queixais de uma leoa. (Joel 1:6) 

Essa é uma linguagem que INDICA A AVIDEZ, A FOME DE FAZER O MAL DESSAS CRIATURAS, SEU ÍMPETO, pois eles estão liberados para fazer o pior do que são capazes. 

Couraças como couraças de ferro 

Isso INDICA QUE ELES NÃO PODEM SER RESISTIDOS OU ATINGIDOS, NÃO HÁ DEFESA CONTRA ELES, SÃO INVULNERÁVEIS. O uso da palavra θώρακας [ thōrakas ], da qual tiramos a palavra tórax  denota que a parte do corpo mais vulnerável está protegida, inacessível, o que quer dizer que não tem como eles serem atingidos. 

“Não empurram uns aos outros; cada um segue o seu rumo; embora se arremetam contra lanças eles não são abatidos.” (Joel 2:8) 

São inatingíveis, irresistíveis e, sairão vitoriosos em sua empreitada. 

Como o barulho de carros de muitos cavalos correndo para a batalha 

Mais uma vez, Joel e João concordam: “Com um barulho de carruagens sobre o topo das montanhas, eles saltam, como o barulho de uma chama de fogo que devora o restolho, como um povo forte posto em ordem de batalha.” (Joel 2:5). 

Isso INDICA QUE ELES APLICARÃO UM ATAQUE MACIÇO, DESNORTEANTE E DESTRUIDOR, devido o volume de agentes envolvidos. 

Cauda como escorpiões, e ferrão com poder de causar dano 

Isso descreve a forma como essas entidades vão causar dano aos homens, ferroando como escorpiões...o nefasto evento de se acidentar com um escorpião é circunstancial, e mesmo assim, apesar de ser descrito como uma dor tão intensa que faz a pessoa rolar em convulsões, ranger os dentes e espumar a boca, costuma ser com um único escorpião ou, quando muito, uns poucos...agora, imagine o que é ser atacado um uma numerosa, irresistível e indefensável nuvem de seres que tem o poder de infringir uma dor proporcional a milhares ou milhões de escorpiões!!! 

Um detalhe interessante a ser apontado é que existem algumas espécies de gafanhotos marinhos que se assemelham a escorpiões, por possuírem um par de pinças dianteiras e uma cauda mais longa que se dobra sobre o corpo. 

👉 e tinham sobre eles, como seu rei, o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom. (Apocalipse 9:11) 

Alguns intérpretes entendem que estes sejam alguns dos nomes do próprio Satanás mas, não pode ser, pelo fato que Satanás não estava preso em um poço, mas agindo no planeta terra a partir da atmosfera (Efésios 2:2; 6:12; João 12:31; 14:30; 16:11). 

Este ser é um dos oficiais superiores (um querubim, como vimos no comentário do verso 3) de Satanás, que esteve preso no poço do abismo desde o dia da rebelião celestial até este momento, para ser solto e agir por cinco meses. 

O significado do seu nome é destruição, e ele será o destruidor de ambos, judeus e gentios! Mas por que dar o nome hebraico primeiro? seu nome é dado primeiro em hebraico, Abadom, e depois em grego, Apoliom, devido ao princípio expresso em Romanos 1:16 e 2:9, ou seja, a primazia dos judeus, tanto para as bençãos como para as maldições. 

Fornecer o nome em grego e hebraico é característico de João. Este traço estilístico de dar informações em termos bilíngues é peculiar ao Apocalipse e ao quarto Evangelho (João 6:1 ;19:13,17,20; 20:16 ). É mais uma prova a favor da autoria da Apóstolo John. João usa os dois nomes para enfatizar seu impacto tanto sobre os ímpios judeus e com sobre os ímpios gentios. 

“Em toda a terra, diz o Senhor, dois terços dela serão eliminados e perecerão; mas a terceira parte restará nela. Farei passar a terceira parte pelo fogo, e a purificarei como se purifica a prata, e a provarei como se prova o ouro; ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: é meu povo, e ela dirá: O Senhor é meu Deus.”
A profecia de
Zacarias 13:8,9 vaticina que ao final, antes que a salvação venha sobre Israel (Romanos 11:26,27), dois terços da população israelita será eliminada (em termos de hoje, isso implicaria na morte de 8 dos 12 milhões de judeus existentes no mundo). Essa eliminação se dará pelas perseguições antissemitas promovidas pelo anticristo durante a tribulação e, pela triagem final que o próprio Messias, Jesus Cristo, fará logo após o Seu retorno a terra (Ezequiel 34:17,22,23), pois somente o remanescente fiel entrará no reino messiânico. 

Se essa proporcionalidade pode ser aplicada a toda a população mundial, não podemos afirmar, mas, haverá uma redução bastante drástica,  pois Isaías antecipa: “Farei que os homens sejam mais escassos do que o ouro puro, mais raros do que o ouro de Ofir.” (Isaías 13:11,12)

 

👉 O primeiro ai passou. Eis que, depois destas coisas, vêm ainda dois ais. (Apocalipse 9:12) 

Em Apocalipse 8:13 foi anunciado que as três trombetas restantes causariam muita dor: “Então, vi e ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia em grande voz: Ai! Ai! Ai dos que moram na terra, por causa das restantes vozes da trombeta dos três anjos que ainda têm de tocar!”

 

A tríplice repetição de aflição corresponde às três trombetas restantes e enfatiza a plenitude da tristeza que se seguirá. Uma razão para usar a palavra ai, que geralmente se refere a grande calamidade, é que esses julgamentos terão pessoas, e não o ecossistema, como seus objetos diretos. Pois até agora o homem tem sido atingido indiretamente, mas agora ele sofrerá na carne, tudo faz parte do esforço divino para produzir arrependimento. 

A águia anuncia que os julgamentos associados ao som das três trombetas finais são especialmente severas.  As duas primeiras das três trombetas restantes desencadeiam forças demoníacas sobre o mundo: a quinta trombeta resulta na liberação de um exército de gafanhotos demoníacos (o primeiro ai); a sexta trombeta lança quatro anjos caídos que lideram o que parece ser um outro exército demoníaco contra a humanidade (o segundo ai). Ao soar da sétima trombeta (o terceiro ai), os julgamentos das tigelas se sucedem até alcançar seu clímax, quando os reinos do mundo se tornam de Cristo. Os dois julgamentos demoníacos e os julgamentos das sete tigelas serão especialmente terríveis para aqueles que moram na terra. Ai também é dito aos habitantes da terra quando o diabo é lançado à terra (Apocalipse 12:12).

Eis que ainda mais dois infortúnios estão chegando

João escreve que, por mais terrível que tenha sido esta primeira desgraça, as duas desgraças restantes são ainda piores.  

RESUMO 

As visões que João aqui transmite, usando símiles de coisas que ele conhecia em seu tempo, para descrever seres que não nos são comuns e familiares no mundo visível, têm como objetivo evocar imagens de terror que nos sacudam de nossa ilusão de que a vida será sempre igual e desmascarar a mentira de que Deus não se importa com o estado de coisas como está, ou seja, nos dar consciência da realidade, em vez de transmitir um retrato exato e literal da aparência das ameaças. 

O objetivo principal do Espírito é criar uma atitude de temor e reverência diante daquilo que Deus é capaz de fazer afim de alcançar seus objetivos, desmascarando a fantasia de que Ele é um vovô paz e amor que consente com tudo, mesmo às custas de Seu próprio caráter; e ainda, alertar a respeito do terrível sofrimento futuro que aguarda a humanidade impenitente, afim de que se arrependam, enquanto ainda há oportunidade. 

👉 O sexto anjo tocou a trombeta, e ouvi uma voz procedente dos quatro ângulos do altar de ouro que se encontra na presença de Deus, (Apocalipse 9:13) 

Os chifres (pontas, ou ângulos) do altar significam MISERICÓRDIA, pois correndo para o templo e agarrando-se a eles um homem inocente que fosse acusado ou suspeito injustamente poderia buscar misericórdia divina no santuário. 

Através do ato de pegar nas pontas do altar, os israelitas se colocavam sob a proteção da graça salvadora e auxiliadora de Deus. O altar era um local de sacrifícios bem como de ofertas, e os ofensores que se agarravam às suas pontas estavam seguros contra todo mal. Nem mesmo o rei Salomão pôde matar o usurpador Adonias, quando este fugiu para a casa de Deus, e lá se agarrou às pontas do altar (1 Reis 1:50-51; 2:28). 

Mas agora, uma voz de julgamento vem dos chifres da misericórdia, isso significa que após tantas demonstrações de misericórdia por meio das pregações e da ministração homeopática dos juízos tribulacionais, o homem já não pode ser considerado mais ignorante ou inocente...o que será demonstrado pelo efeito que essa praga da sexta trombeta causará (“não se arrependeram”...9:20,21). 

👉 dizendo ao sexto anjo, o mesmo que tem a trombeta: Solta os quatro anjos que se encontram atados junto ao grande Rio Eufrates. (Apocalipse 9:14) 

O Eufrates está ligado aos eventos mais importantes da história antiga: 

- Foi perto do Eufrates que o pecado começou,

- a primeira mentira foi contada,

- o primeiro assassinato foi cometido,

- a primeira rebelião contra Deus aconteceu,

- a torre de Babel (a origem de todo um complexo de falsas religiões que se espalharam pelo mundo) foi construída.

- O Eufrates era a fronteira oriental da Terra Prometida (Gênesis 15:18; Êxodo23:31; Deuteronômio 11:24),

- a influência de Israel estendeu-se ao Eufrates durante o reinados de Davi (1Crônicas 18:3) e Salomão (2 Crônicas 9:26).

- A região perto do Eufrates era a localização central de três potências mundiais que oprimiram Israel: Assíria, Babilônia e Média-Pérsia.

- Foi às margens do Eufrates que Israel suportou setenta longos, amargos e cansativos anos de cativeiro (Salmos137:1-4).

- É o rio que os inimigos de Deus cruzarão para se engajar na batalha do Armagedom (Apocalipse 16:12-16) 

No Antigo Testamento, o Eufrates, chamado de “o grande rio” (Gênesis 15:18; Deuteronômio 1:7; Josué 1:4) e representava a fronteira que separava o povo de Deus de seus inimigos (Isaías 8:7,8). 

Parece haver uma conexão entre Babel e o Abismo visto que as atividades anteriores de Satanás (a tentação e queda, a rebelião, a origem da idolatria...) estavam relacionadas com aquela região. 

O controle de Deus sobre as forças demoníacas é completa, eles são presos¹, permitidos agir limitadamente² ou comissionados para missões específicas³ segundo o Seu comando (¹Lucas 8:31; 2 Pedro 2:4; Judas 6; Apocalipse 20:1-3; ²Jó 1:12, 2:6; ³1 Reis 22:19-23; Apocalipse 9:4,5; 15). O pretérito perfeito do particípio traduzido ATADOS implica que estes quatro anjos estavam presos no passado com resultados contínuos, pois eles estavam em um estado ou condição de privação de liberdade até que um determinado tempo de Deus veio para que eles sejam liberados para executar a sua função como instrumento de juízo divino. 

Quem quer que sejam, esses quatro poderosos anjos caídos que controlam um enorme exército demoníaco para travar uma guerra de ódio contra a humanidade quando Deus os libera para fazê-lo imaginam que estão fazendo o trabalho de seu líder, com o agressivo propósito de frustrar os planos de Deus, mas, são realmente servos de Deus fazendo exatamente o que Ele quer que façam. 

Como bem resumiu Lutero: “Até o diabo é o diabo de Deus” (Deuteronômio 10:14; Jó 41:11b). 

Satanás e suas hostes demoníacas são responsáveis por seus próprios atos, mas não podem fazer tudo o que queiram, pois estão sob o domínio da soberania de Deus. 

A sabedoria de Deus é tão elevada que os atos do diabo acabam, em última análise, contribuindo para os propósitos de Deus. 

Um exemplo clássico é o caso de Jó. Sem saber, Satanás estava contribuindo para a formação do caráter de Jó e até para a formação do cânon bíblico, na realidade o livro de Jó foi o primeiro livro da Bíblia a ser escrito... 

Se Satanás não tivesse tido a idéia de tentar a Jó até ao limite, não saberíamos o quão pacientes e perseverantes devemos ser nas tribulações (Romanos 15:4; Tiago 5:11) e não entenderíamos as dinâmicas espirituais envolvidas em nossas experiências diárias. 

Como Deus a ninguém tenta, Jó não teria passado por aquela experiência se não fosse a “valiosa” contribuição de Satanás, que ao acusa-lo diante de Deus, perdeu uma boa oportunidade de ficar calado... 

👉 Foram, então, soltos os quatro anjos que se achavam preparados para a hora, o dia, o mês e o ano, para que matassem a terça parte dos homens. (Apocalipse 9:15) 

Esses quatro anjos foram evidentemente reservados na prisão para este especial propósito de Deus. Visto que existem apenas quatro, é provável que sejam um grupo específico de anjos especialmente malévolos, poderosos e de alta hierarquia, pois comandam um exército. Mesmo um anjo, em uma única noite, matou cento e oitenta cinco mil assírios (2 Reis 19:35). Esses quatro anjos serão auxiliados em sua atribuição por um exército demoníaco adicional. 

O número quatro fala do efeito mundial de sua destruição, pois quatro é o número global. 

Os artigos e preposições que se repetem fazem com que este momento seja bastante específico e determinado, denotando a hora designada do dia designado do mês designado do ano designado. 

Os artigos e preposições antes das quatro palavras, as une: enquanto que, se não tivessem sido repetidos, isso implicaria na separação das quatro palavras que, somados, formariam um período de mais de treze meses. Como está, pode ser entendido que é algo que acontecerá por um período tão breve como sessenta minutos, dado o poder destes anjos e o volume de seu ataque, mesmo assim, o resultado numérico não tem paralelo na história (algo, na casa de dois bilhões de mortos)! 

οἱ ἡτοιμασμένοι [ hoi hētoimasmenoi ], está no tempo perfeito, particípio passivo, os que foram preparados. A preparação não era deles, mas de Deus. Deus os tem mantido ativamente em reserva para este tempo específico. Eles são reservados para uso em julgamento* (2 Pedro 2:4 ; Judas1:6). Pois, Deus “opera todas as coisas segundo o conselho de Sua vontade” (Efésios 1:11). 

* [ A palavra é (eis) “para”, “com vistas ao” julgamento (não apenas para ser julgado)] 

É de assustar imaginar a ansiedade e a intensidade dos pensamentos e intenções malévolas que estes seres devem estar acumulando ao longo dos milênios, para serem extravasados nesta oportunidade de permissão. 

“O Senhor fez todas as coisas para determinadas finalidades e até o perverso, para o dia da calamidade.” (Provérbios 16:4) 

Esse é um princípio e um modus operandi que Deus vem utilizando a muito tempo, pois Ele até mesmo criou as nações ímpias para castigar e trazer calamidade ao seu povo por sua desobediência. Isso é coerente, por exemplo, com a declaração de Jeremias 51:20-23 ou Amós 6:14. Há ainda muitos outros textos em que Deus claramente diz que faz uso de nações ímpias para cumprir os seus propósitos (Isaías 7:17-20; 44:28; 45:1-8; 48:14-15 e Jeremias 27:5-7; 50:9). 

A razão pela qual apenas um terço foi morto foi para fornecer um testemunho e oportunidade para os dois terços restantes se arrependerem e se voltarem para Deus. 

👉 O número dos exércitos da cavalaria era de vinte mil vezes dez milhares; eu ouvi o seu número. (Apocalipse 9:16) 

δισμυριάδες μυριάδων [ dismyriades myriadōn ], literalmente "duas vezes dez mil vezes dez mil", 2x100 milhões, que totaliza 200 milhões! O que equivale a mais de 33 mil legiões romanas! (vale lembrar que Cesar conquistou o mundo com 14 legiões romanas) 

O texto fala de “exércitos” porque provavelmente os 200 milhões de agentes destrutivos se dividirão em quatro grupos, cada um sob o comando de um dos quatro anjos e, provavelmente, cada grupo se dirigirá a cada uma das quatro direções cardeais. 

Exércitos sobrenaturais não são uma novidade nas Escrituras: 

“Orou Eliseu e disse: Senhor, peço-te que lhe abras os olhos para que veja. O Senhor abriu os olhos do moço, e ele viu que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu.” (2 Reis 6:17) 

“Os carros de Deus são vinte mil, sim, milhares de milhares. No meio deles, está o Senhor;” (Salmos 68:17) 

“e seguiam-no os exércitos que há no céu, montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro.” (Apocalipse 19:14) 

Ademais, o título divino “o Senhor dos Exércitos” (Yahweh Tsevaot), um nome de guerra, aparece 203 vezes no Velho Testamento (53 só em Zacarias): (Êxodo 12:41; 1 Samuel 1:11; 4:4; 15:2; 17:45; 2 Samuel 6:2, 18; 7:8, 26; 1 Reis 18:15; 2 Reis 3:14; 1 Crônicas 17:7, 24; Salmos 24:10; 46:8, 12; 48:9; 59:6; 69:7; 80:5, 20; 84:2, 4, 9, 13; 89:9; Isaías 1:9, 24; 3:1, 15; 5:7, 9, 16, 24; 6:3, 5; 8:13, 18; 9:6, 12, 18; 10:16, 23, 26, 33; 13:4, 13; 14:22, 27; 17:3; 18:7; 19:4, 12, 16, 20, 25; 21:10; 22:5, 12, 14, 25; 23:9; 24:23; 25:6; 28:5, 22, 29; 29:6; 31:4f; 37:16, 32; 39:5; 44:6; 45:13; 47:4; 48:2; 51:15; 54:5; Jeremias 2:19; 5:14; 6:6, 9; 7:3, 21; 8:3; 9:6, 14, 16; 10:16; 11:22; 15:16; 16:9; 19:3, 11, 15; 23:15f, 36; 25:8, 27, 32; 26:18; 27:4, 18, 21; 28:2, 14; 29:4, 8, 17, 21, 25; 30:8; 31:23, 35; 32:14, 18; 33:11f; 35:13, 17; 38:17; 39:16; 42:15, 18; 43:10; 44:2, 7, 11, 25; 46:10, 18, 25; 48:1, 15; 49:5, 7, 26, 35; 50:18, 25, 31, 33; 51:14, 19, 33, 57; Amós 4:13; 5:14, 27; 6:8; Miquéias 4:4; Naum 2:14; 3:5; Habacuque 2:13; Sofonias 2:9; Ageu 1:2, 5, 7, 9, 14; 2:4, 6, 11, 23; Zacarias 1:3, 6, 12, 14, 16; 2:12, 15; 3:7, 9; 4:6, 9; 5:4; 6:12, 15; 7:3, 9, 12; 8:1, 6, 9, 11, 14, 18; 9:15; 10:3; 13:2, 7; 14:16, 21; Malaquias 1:4, 6, 8, 13; 2:2, 4, 7, 12, 16; 3:1, 5, 7, 10, 14, 17, 19, 21) e um nome correspondente, Elohim Tsevaot, que aparece 6 vezes: Salmos 59:6; 80:5, 8, 15, 20; 84:9. 

No Novo testamento “Senhor dos Exércitos” aparece duas vezes: em Romanos 9:29 (citação de Isaías 1:9) e Tiago 5:4 (numa aplicação judaica do princípio de Deuteronômio 24:14,15). A frase grega usada é “kyrios zabaot” 

👉 Assim, nesta visão, contemplei que os cavalos e os seus cavaleiros tinham couraças cor de fogo, de jacinto e de enxofre. A cabeça dos cavalos era como cabeça de leão, e de sua boca saía fogo, fumaça e enxofre. (Apocalipse 9:17) 

seus cavaleiros tinham couraças cor de fogo, de jacinto e de enxofre 

Isso nos dá as cores azul, vermelho e amarelo; o enxofre, quando queima, tem estas características: é amarelo brilhante por si só, tem a mobilidade e o calor de fogo na base da chama e com uma chama finamente azulada de tonalidade lilás, formando uma fumaça opressiva e sufocante, acre e penetrante. Na mentalidade judaica é a combinação das cores do inferno. 

Apocalipse 19:20; 20:10 e 21:8 descreve o Geena eterno e final como o “lago de fogo que arde com enxofre”, e Apocalipse 14:9,10 afirma que os adoradores da Besta “serão atormentados com fogo e enxofre”. 

Essa descrição nos dá uma idéia da NATUREZA INFERNAL desses cavaleiros e seus cavalos. 

O fato de terem couraças (a semelhança dos seres da quinta trombeta), revela que a parte do corpo mais vulnerável está protegida, inacessível, o que quer dizer que não tem como eles serem atingidos, É UM ATAQUE INDEFENSÁVEL. 

A cabeça dos cavalos era como cabeça de leão 

Existem duas interpretações aqui: que João quer dizer que a cabeça de cada cavalo lembra a aparência da cabeça de um leão, ou apenas que eles compartilham as características ferozes de um leão e, expressam essa ferocidade em seu semblante (1 Crônicas 12:8). Provavelmente a último é a interpretação correta, já que ele os chama de "cavalos". 

de sua boca saía fogo, fumaça e enxofre 

Fogo, igualmente, tem vários significados nas Escrituras, e, aqui, também como é determinado pelo contexto, por sua associação com fogo e enxofre, e, por seu propósito destrutivo, tem o sentido de julgamento. 

Fumaça, nas Escrituras (como foi comentado em 9:2), pode se referir a coisas santas (Gênesis 8:20,21; Números 15:3; 28:6; Isaías 4:5; 6:4; Efésios 5:2; Apocalipse 8:4; 15:8), mas é geralmente associada com o julgamento (Gênesis 19:28; Salmos 37:20; 68:2; Isaías 14:31; 34:10; Joel 2:30; Naum 2:13; Apocalipse 9:17-18; 14:11; 18:9, 18; 19:3), como é determinado aqui, pelo contexto, por sua associação com fogo e enxofre, e, por seu propósito destrutivo. 

Enxofre, na Bíblia, é sempre ligado ao castigo divino (Gênesis 19:24; Deuteronômio 29:23; Salmos 11:6; Isaías 30:33; Ezequiel 38:22; Apocalipse 14:10; 19:20; 20:10; 21:8). 

Eles destroem seus inimigos de maneira semelhante das duas testemunhas (Apocalipse 11:5), expelindo fogo pelas bocas e incinerando ou, asfixiando e envenenando com o enxofre que sai de suas caudas. 

Fogo e enxofre são o resultado do julgamento esmagador de Deus (Gênesis 19:24; Deuteronômio 29:23; Jó 18:15; Salmos 11:6; Isaías 30:33; 34:9; Ezequiel 38:22; Lucas 17:29; Apocalipse 14:10; 19:20; 20:10; 21:8). 

“À frente dele vai fogo devorador, atrás, chama que abrasa; diante dele, a terra é como o jardim do Éden; mas, atrás dele, um deserto assolado. Nada lhe escapa.” (Joel 2:3). 

Alguns sugerem que João viu algo como tanques, helicópteros e outros equipamentos mecanizados modernos, percebeu que eles representavam algum tipo de armamento futurístico desconhecido e, em seguida, traduziu isso em termos de imagens de cavalaria para seus leitores. Essa noção é difícil de sustentar, pois quando João usa símile, ele usa o objeto mais próximo conhecido por ele que se aproxima do que ele vê e, que também possa facilitar a visualização de seus destinatários. Se João tivesse visto tanques militares modernos, ele sem dúvida teria mencionado algo "como carruagens com várias rodas". Se helicópteros, ele teria mencionado o vôo, talvez "como uma águia ou besouro”, etc. Ele viu claramente algum tipo de animal montado por cavaleiros. Compreender que este exército é de origem demoníaca resolve muitos dos problemas conjecturais colocados pelas tentativas de encontrar realizações naturais na guerra moderna, reconhece seu enorme número e explica como eles são liderados por quatro malévolos anjos. 

Tudo isso pode parecer fantástico e impossível, mas estes não são os primeiros animais cuspidores de fogo que a terra viu. Antigas nações em todos os lugares descrevem dragões cuspidores de fogo que existiram anteriormente na terra, e a Bíblia descreve pelo menos uma dessas criatura, chamada leviatã (Jó 41:19-21), é bem possível que as estruturas de tais animais possam ter servido como câmaras de mistura para produtos químicos inflamáveis ​​[sem mencionar o metano dos processos digestivos] que poderiam ser expelidos na forma de fogo e fumaça. 

Ademais, aqui não estamos falando de animais, mas de entidades espirituais das quais, como já dissemos antes, conhecemos muito pouco, principalmente do que são capazes... 

👉 Por meio destes três flagelos, a saber, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre que saíam da sua boca, foi morta a terça parte dos homens; (Apocalipse 9:18) 

A quinta trombeta causou dor, mas não matou. A sexta traz a morte para muitos, mas não para todos. 

A morte de um terço da população restante da Terra será o desastre mais catastrófico a atingir a Terra desde o dilúvio. 

A estimativa é que a população mundial, será reduzida a metade, ou menos. 

Ainda assim, em uma surpreendente demonstração de dureza de coração, o resto da humanidade, que não foi morta por essas pragas, não se arrepende. 

É inimaginável que depois de anos de sofrimento e morte sob os terríveis julgamentos de Deus, juntamente com a poderosa pregação do Evangelho pelos 144.000 evangelistas judeus (Apocalipse 7:1-8), as duas testemunhas (Apocalipse 11:1-14), um anjo no meio do céu (Apocalipse 14:6-7), e a multidão de convertidos (Mateus 10:23; 24:14), os sobreviventes ainda se recusarão a se arrepender. 

Essa terrível carnificina irá perturbar completamente a sociedade humana. O problema de descartar os cadáveres por si só serão inconcebíveis. O fedor doentio de cadáveres em decomposição vai permear o mundo, e será um enorme esforço por parte dos sobreviventes enterrá-los em valas comuns ou queima-los. 

O propósito de Deus, ao exterminar um terço da raça humana é duplo: dar oportunidade de arrependimento aos dois terços restantes, uma demonstração de graça; e, punir os impenitentes envolvidos nas práticas que são descritas nos versículos 20 e 21, para que não sejam imitados, ou prossigam nessas práticas, de maneira que, ao final da tribulação, terá sido lançado fora o pior da raça humana, de modo que apenas a melhor classe de homens serão salvos para o milênio. 

👉 pois a força dos cavalos estava na sua boca e na sua cauda, porquanto a sua cauda se parecia com serpentes, e tinha cabeça, e com ela causavam dano. (Apocalipse 9:19) 

Esse é o tipo de criatura que não pode ser surpreendida ou emboscada, pois possui percepção e poder de ataque tanto dianteiro como traseiro, pois possuem cabeças tanto na frente como atrás, sendo que a cabeça dianteira “como cabeça de leão”, expele fogo, fumaça e enxofre, e, a traseira “parecida com serpentes” causa dano (provavelmente inoculando veneno, como o fazem as serpentes). 

Pela miscigenação morfológica, mais uma vez, podemos supor que se trata, novamente, de querubins infernais de alto escalão hierárquico. 

Os rabos dos cavalos não são serpentes reis, porque os cavalos não são cavalos reais. O cavalo está dotado com a força e a ferocidade, como de um leão, para pelejar, o seu poder de matar, como a de uma serpente com veneno mortal. Estas imagens descrevem a letalidade sobrenatural destas forças demoníacas em termos que são comumente entendidos no reino natural. 

Há de se observar que são os cavalos que matam e não os seus caleiros. 

👉 Os outros homens, aqueles que não foram mortos por esses flagelos, não se arrependeram das obras das suas mãos, deixando de adorar os demônios e os ídolos de ouro, de prata, de cobre, de pedra e de pau, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar; nem ainda se arrependeram dos seus assassínios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos. (Apocalipse 9:20,21) 

Os cinco pecados ou comportamentos citados nos versículos, revelam que a geração tribulacional incrédula é regida por dois grandes ANTIMANDAMENTOS: “odiarás a Deus de todo o teu coração” e “odiarás ao teu próximo”, pois é uma geração inflexivelmente idólatra e que mata, abusa e rouba ao seu próximo. Reflexo de total falta de amor: “E, por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos.” (Mateus 24:12) 

Feitiçarias (gr. ‘pharmákon’) é acrescentado, pois sem dúvida, a tribulação será um período caracterizado pelo intenso uso da magia negra * e das drogas, em tentativas de resolver ou amenizar as difíceis situações que a humanidade estará passando nestes dias. 

* [Que a humanidade vem sendo doutrinada a se familiarizar com os assuntos mágicos e das trevas pode ser notado pelo ranking de livros mais lidos do mundo que, tirando a Bíblia (4 bilhões de exemplares) e o Livro Vermelho de Mao (820 milhões de exemplares) tem como Harry Potter (7 livros que já venderam 500 milhões de exemplares em 73 línguas e 8 filmes bilionários, sendo que a própria crítica manifestou preocupação com o tom cada vez mais sombrio conforme a história progredia, por sua influência sobre o público mais jovem...como consequência, os últimos quatro livros foram os mais vendidos da história, sendo que o último livro vendeu cerca de 11 milhões de cópias nos Estados Unidos nas primeiras 24 horas após o seu lançamento), O Senhor dos Anéis (150 milhões de exemplares, bilhões em bilheteria e 17 oscars, sendo a franquia cinematográfica mais premiada da história) e O Alquimista, de Paulo Coelho (65 milhões de exemplares), os best-sellers absolutos...] 

O objetivo deste período e, especialmente desta praga, não é tanto o de ver como aqueles que estão sendo testados respondem, mas de demonstrar seu caráter imutável. 

A analogia da Tribulação com suas pragas para a libertação de Israel do Egito é encontrada na semelhança do caráter dos habitantes da terra com o Faraó: ambos se recusam a se arrepender. No caso do Faraó, à medida que as pragas continuavam a se intensificar, ele continuou a endurecer o coração (Êxodo 7:13,23; 8:15,19,32; 9:34). O mesmo acontecerá com os corações dos habitantes da terra. 

O escritor de Provérbios capturou bem o espírito do impenitente: “Ainda que pises o insensato com pedra de gral entre grãos pilados de cevada, não se vai dele a sua estupidez.” (Provérbios 27:22). 

Mesmo após esta intervenção catastrófica, os homens continuarão a rejeitar Deus porque desejam independência de Deus: a raiz básica do pecado do homem é o desejo de independência; não é que ele prefira abertamente Satanás; é apenas que ele deseja não estar sob o domínio da autoridade de Deus. Mas, no fundo, o homem escolhe Satanás porque ele promete independência. 

Adorar ou sacrificar a um ídolo é adorar ou sacrificar a demônios (Levítico 17:7; Deuteronômio 32:17; Salmos 106:36,37; 1 Coríntios 10:20) 

Os homens, ao longo dos séculos, têm se prostrado diante das obras de suas próprias mãos (essa frase é usada nas Escrituras para se referir aos ídolos: Deuteronômio 27:15; 31:29; 2 Reis 19:18; 22:17; 2 Crônicas 32:19; 34:25; Salmos 135:15; Isaías 2:8; 17:8, 37:19; 44:12-20;  Jeremias 1:16; 25:6,7,14; 32:30; 44:8; Oséias 14:3; Miquéias 5:13; Ageu 2:14, Atos 7:41), feitas dos mais diversos materiais, mas, a obra máxima das mãos dos homens, será a imagem da besta (“dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta” - Apocalipse 13:14), alguma coisa dotada de tecnologia e sofisticação, pois é algo que possui fôlego, fala e mata (Apocalipse 13:15). 

A tecnologia é um grande espelho de aumento que amplifica o caráter caído dos homens...durante todos os séculos de idolatria, os homens adoraram o nada induzidos pelo engano, dos demônios e do próprio coração (Isaías 44:18,20) mas, na tribulação, saberão a quem estão adorando, e mesmo assim o escolherão (Apocalipse 13:4). 

“Tu os feriste, e não lhes doeu; consumiste-os, e não quiseram receber a disciplina; endureceram o rosto mais do que uma rocha; não quiseram voltar.

Mas eu pensei: são apenas os pobres que são insensatos, pois não sabem o caminho do Senhor, o direito do seu Deus.

Irei aos grandes e falarei com eles; porque eles sabem o caminho do Senhor, o direito do seu Deus; mas estes, de comum acordo, quebraram o jugo e romperam as algemas.

Por isso, um leão do bosque os matará, um lobo dos desertos os assolará, um leopardo estará à espreita das suas cidades; qualquer que sair delas será despedaçado; porque as suas transgressões se multiplicaram, multiplicaram-se as suas perfídias.” (Jeremias 5:3b) 

Sob a influência das forças demoníacas maciças que agirão na tribulação, o mundo afundará em um pântano de religiões falsas, assassinatos, perversões sexuais e crimes sem precedentes na história humana. Retirada a forte influência da moralidade “sal e luz” que a igreja exercia, amplificadas as influências das trevas, que antes agiam desde os ares, e que agora se encontram integralmente no solo e, entregues judicialmente por Deus à “operação do erro” (2 Tessalonicenses 2:9-12) para dar crédito a mentira, A HUMANIDADE CONHECERÁ A REALIDADE DE SEU PRÓPRIO CORAÇÃO. 

Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9)...