quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

A carta a igreja de Laodicéia

 LAODICÉIA (popular, povo governando)

A ÊNFASE DO TÍTULO ESTÁ NA AUTENTICIDADE.

“Ao anjo da igreja em Laodiceia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:” (Apocalipse 3:14)

Para uma igreja indefinida Jesus se apresenta como o Amém (o sim sim, o assim seja; 2 Coríntios 1:17b-20; Mateus 5:37) e como Fiel e Verdadeiro, Ele é a verdade, e fala a verdade e dá testemunho da verdade (Apocalipse 19:11; João 8:40; 14:6; 18:37b; Lucas 20:21; Isaías 45:19; João 8:32; 17:17; Efésios 4:25)

Esse é um título único e está conectado ao Deus da Verdade (Isaías 65:16 onde diz: “O Deus do amém”). Isso é hebraico para verdade, afirmação ou certeza. Deus é chamado o Deus da verdade, o Deus da certeza, o Deus da afirmação. Tudo o que Deus diz é verdade, tudo o que Deus diz é certo; portanto, Ele é o Deus do amém.

2 Coríntios 1:20 diz: "Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus.” As promessas de Deus são então validadas em Cristo. Elas são confirmadas em Cristo, pois é Ele que lhes dá execução e cumprimento. Ele é o Amém de Deus, Aquele que confirma todas as promessas divinas. Isso, é claro, é para estabelecer Sua glória, sua veracidade e Sua unidade com Deus.

Ele cumpre o que diz. Ele nunca é inconstante. É absolutamente consistente (Números 23:19; 1 Samuel 15:29; Tito 1:2; Malaquias 3:6; Hebreus 13:8; João 3:31). Para uma igreja morna, inconstante, Cristo se apresenta Fiel e Verdadeiro, como aquele é constante, imutável, preciso e confiável. Jesus não apenas jura, ele é o próprio juramento.

Jesus também é o “o princípio da criação de Deus”, o que dá princípio à criação, não o primeiro a ser criado, MAS A CAUSA MOTIVADORA, o dínamo criativo, "sem ele, nada do que foi feito se fez" (João 1:3,10b), causador e mantenedor da ordem das coisas criadas (Colossenses 1:15-17; Hebreus 1:2,3,10-12; 3:3,4; Romanos 11:36; Apocalipse 4:11), Ele tem a supremacia, a preeminência sobre tudo (Salmos 89:27).

Para uma igreja confusa Jesus se apresenta como Aquele que transmite ordem, então, assim como as coisas criadas se mantêm em ordem porque é firmemente fiel aos seus princípios, da mesma forma, ele se apresenta sob esses títulos pois são essas coisas que essa igreja precisa.

AUTENCIDADE, VERACIDADE, CONFIABILIDADE, NITIDEZ, DEFINIÇÃO, PRINCÍPIOS, são essas coisas que a igreja de Laodicéia e de hoje precisa.

O princípio divino é o da definição pela Verdade; o princípio satânico é o da dissolução pelo engano da indefinição, da mistura. Satanás deseja que os limites e as definições sejam ambíguas, confusas, borradas, indefinidas, mescladas...enquanto Deus trabalha com aquilo que é estabelecido, firme, herdado, confiável, "Não removas os marcos antigos que puseram teus pais." (Provérbios 22:28; 20:10: Mateus 5:37; 1 Reis 18:21; Tiago 3:11; 2 Samuel 23:5; Romanos 14:5; 1 Coríntios 14:33; Levítico 18:22,23; 20:12).

Vemos isso nos dias de hoje, nos dias da geração laodicense que vivemos, como Satanás está trabalhando com a humanidade, preparando a geração tribulacional: a religiosidade está sincrética, confusa, indefinida...os princípios de autoridade e de governo estão indefinidos pela conveniência e oportunismo...a sexualidade é variada, confusa, ambígua...as definições artísticas, musicais, midiáticas, estão se fundindo, se indefinindo...os papéis familiares estão confusos, desvirtuados, se invertendo...a digitalização globalizada e a comunicação instantânea favorece essa “desformatação”...e os crentes? São perceptivelmente crentes? Pelos frutos se conhece a árvore, e os frutos apresentados pela geração laodicense é indefinido. Ah é! Sei lá! Não sei!  

“Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!” (Apocalipse 3:15)

Conheço as tuas obras”, conheço as tuas ações, conheço o teu comportamento e não sei onde ele se encaixa, não é o comportamento de um descrente (frio), e nem é o comportamento de um crente (quente)...

Na vida cristã há três temperaturas espirituais: Um coração ardente (Lucas 24:32; Atos 26:7; Romanos 12:11), um coração frio (Mateus 24:12), e um coração morno (Apocalipse 3:16).

Frio é um estado de desconforto, de solidão (Eclesiastes 4:11b), representa o estado da pessoa sem Cristo, que por desconhecer a Verdade não percebem que há algo errado e que, consequentemente vivem de acordo com a própria vontade e entendimento. (Provérbios 14:12; Efésios 2:12; 4:18)

Quente é um estado de conforto, de comunhão (Eclesiastes 4:11a), representa o estado da pessoa com Cristo, que tem amor para com Ele, para com os irmãos e o para com o próximo, que por conhecer a Verdade anda em temor e busca conhecer a vontade de Deus para obedece-la. (Salmos 40:8; João 15:10; Romanos 12:1,2; Efésios 6:6)

Deus quer que seus filhos sejam quentes: "No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor;" (Romanos 12:11). Neste verso observamos que “a manutenção da temperatura” está relacionada a vigilância quanto ao zelo, o qual não pode ser negligenciado.

"servindo a Deus fervorosamente de noite e de dia" (Atos 26:7), requer constância e perseverança.

Morno é um estado de indefinição, uma mistura do frio e do quente, do mundanismo e da religião. Representa a pessoa que é religiosa o suficiente para não desprezar a Cristo, mas que é mundana o suficiente para não se comprometer totalmente. (Salmos 5:4; Provérbios 20:23; Ezequiel 20:7; Amós 3:3; Mateus 6:24a, 7:16-18; Romanos 8:8; Gálatas1:10; Efésios 6:6; 1 Coríntios 7:32; Tiago 3:10-12; 4:4).

A igreja morna é aquela que transige com o mundo e, em comportamento, se assemelha à sociedade ímpia ao seu redor; professa o cristianismo, mas, na realidade, é espiritualmente indistinta.

O quão inócua a igreja era em seu testemunho pode ser visto pelo seguinte: Antíoco estabeleceu uma comunidade de dois mil Judeus em Laodicéia após expulsá-los de Babilônia. Em 62 aC, o governador da cidade ficou alarmado com a quantidade de moeda que os judeus exportavam para Jerusalém afim de pagar o imposto do templo e, assim, colocou um embargo à moeda e, consequentemente, apreendeu cento e vinte libras de ouro como contrabando. Esse ouro valia cerca de 15.000 dias de salário naqueles dias, e como o imposto do templo era o equivalente a dois dias de salário, isso significa que havia pelo menos 7.500 homens judeus (além de mulheres e crianças) nessas cidades. Quando João escreveu esta carta, mais de um século e meio depois, dada a prosperidade da cidade, a população judaica provavelmente era consideravelmente maior. O significado deste detalhe é que, embora os cristãos em outras partes da Ásia eram perseguidos pelos judeus, não há menção de perseguição ou oposição nesta cidade, mesmo com uma população judia tão grande. Esse silêncio fala por si, pois a igreja cristã em Laodicéia era tão complacente e autossuficiente em sua riqueza que havia deixado de ser eficaz para Cristo; tanto que seu perseguidor tradicional, os judeus, a consideravam benigna! A atitude da cidade de Laodicéia infectou a igreja, a indiferença e a presunção haviam se infiltrado na cultura e a cultura havia se infiltrado na igreja, e os crentes as levaram para a esfera de suas relações com Deus e Cristo.  

O problema de Laodicéia não é doutrinário, é comportamental. O problema da igreja não era heresia, mas apatia. É a falta de compromisso com a Verdade recebida. Ela está na situação de “ter forma de piedade, mas nega, entretanto, o seu poder” transformador (2 Timóteo 3:5); “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. (Mateus 7:21); “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?" (Lucas 6:46).

Cristo está usando uma linguagem metafórica traçada a partir do abastecimento de água da cidade, o que as pessoas de Laodicéia compreendiam muito bem, pois a água chegava até elas suja e morna após passar através de muitos quilômetros de um aqueduto de pedra subterrâneo. Um servo que não obedece é um servo inútil, sem testemunho, que não promove o Reino, assim como a água que chegava a cidade era inútil, desagradável e imprestável.

Essa carta descreve apropriadamente o cristianismo popular ocidental dos séculos XX e XXI, uma religiosidade nominal superficial, sem comprometimento com a Palavra, a vontade de Deus, a santidade e o testemunho. “Crentes não praticantes”, que diz crer mas não pratica, em busca das bençãos sem interesse por Aquele que abençoa, tão indefinido, que mal pode ser distinguido de um incrédulo. Não se abala pelas advertências e nem se motiva pelas promessas do porvir, pois está focado no presente século, consumista e ganancioso. Confunde riqueza material como sinônimo de riqueza espiritual. 

Quem dera fosses frio” É melhor ser frígido do que tépido ou morno. É mais honroso ser um ateu declarado do que ser um membro incrédulo de uma igreja evangélica.

Pode causar estranha Jesus declarar que preferia que a igreja fosse fria, isso é explicado pela compreensão de que Deus tem compaixão pelo perdido, pelo que não tem fé, mas tem repulsa pela fé hipócrita (Salmos 50:16,17; Provérbios 15:8; 21:27; 28:9; Isaías 1:11-15; 29:13; 66:3; Jeremias 6:20; 7:9-11; Amós 5:21-23; Miquéias 6:6-8; Sofonias 1:5; Malaquias 1:6,10; Mateus 15:8; 21:28,29; Marcos 7:6, Lucas 6:46; Tito 1:16; Tiago 2:14,26; 1 João 1:6; 3:18). "Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o caminho da justiça do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do santo mandamento que lhes fora dado." (2 Pedro 2:21)

A queixa de Jesus contra os fariseus era contra a hipocrisia. Alguém que nunca fez profissão de fé e tem a consciência de sua completa falta de vida moral é mais fácil de ser ajudado que algum outro que se julga cristão, mas não tem verdadeira vida espiritual.

A inconsistência de convicção é mais prejudicial e irrecuperável do que a convicção errada. As Escrituras relatam casos em que Deus dá um ultimato, ou abre a oportunidade para que a pessoa se decida, para que possa sair dessa situação (Josué 24:15; Juízes 10:14; 1 Reis 18:21; Ezequiel 20:39; Mateus 6:24; João 6:64-67). O homem ambíguo é “inconstante em todos os seus caminhos.” (Tiago 1:8); "Tens visto a um homem que é sábio a seus próprios olhos? Maior esperança há no insensato do que nele." (Provérbios 26:12)

Uma pessoa morna é aquela em que há um contraste entre o que diz e o que pensa ser, de um lado, e o que ela realmente é, de outro. Ser morno é ser cego à sua verdadeira condição.

A pessoa morna não se perturba muito quando ouve ensinamentos heréticos, e não é vigorosa na defesa da verdade. (gnosticismo)

Este espírito de indiferença é a coisa mais trágica que pode acontecer a uma igreja porque ela não se afeta com nada, as advertências são inócuas.

Mas, mais do que uma apresentação de três diferentes níveis de espiritualidade, o assunto tratado também é a funcionalidade da Igreja, seu modus operandi, o que ela faz baseado em quem ela reconhece ser.

Frio: Hierápolis distante 6km ao norte, era conhecida em toda a região por suas fontes de águas frias. Era uma espécie de Oásis no verão para onde as multidões afluíam, à entrada da cidade havia uma inscrição com os dizeres: “Lugar de Refrigério”.

Quente: Colossos distante 16km ao ao sudeste, era ainda mais conhecida pelas suas fontes de águas quentes, sobre as quais dizia-se possuírem poderes medicinais e terapêuticos usadas por pessoas com problemas ósseos, reumáticos, respiratórios e tantos outros. Um lugar de cura e terapia do corpo.

Quando o Senhor afirmou à igreja: “que nem és frio nem quente” poderíamos parafrasear: “Que nem causa refrigério aos cansados à semelhança das águas frias de Hierápolis, e nem causa alívio aos doentes à semelhança das águas quentes de Colossos.”

“Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;” (Apocalipse 3:16)

Uma religião morna e indefinida provoca náuseas, é inútil pois não tem serventia para os propósitos de Deus, daí Ele estar a ponto de rejeitá-la (vomitar). Cristo rejeita aqueles cuja ligação com Ele é apenas nominal ou superficial. Jesus tinha muito mais esperança nos publicanos e pecadores do que orgulhosos fariseus.

A próspera e orgulhosa cidade não existe mais, o local encontra-se atualmente em ruínas, sendo chamado pelos turcos de Eski-hissar (Castelo Velho).

estou a ponto”, o Senhor não rejeita imediatamente pois Ele "não esmaga a cana rachada, nem apaga a torcida que fumega" (Isaías 42:3), a cana rachada é uma cana comprometida, frágil, tombando por conta de uma rachadura, e uma torcida fumegante é um pavio que está quase apagado, que está dando uma pequena luz, uma chama bem fraquinha, Seu comportamento bom e misericordioso nunca é de descartar, de dar o caso por perdido, Ele sempre busca um conserto, uma restauração.

Quando Ele diz que estava a ponto de vomitar os crentes de Laodiceia de Sua boca significa que Ele ainda não fizera o que tinha vontade. Ainda havia tempo deles de arrependerem.

Essa é uma manifestação de seu carácter makrothumos (longânimo, Salmos 103:8; 145:8; Ezequiel 18:23; Joel 2:3; Jonas 4:2; Naum 1:3; 1 Timóteo 2:4; 2 Pedro 3:9), sempre dando oportunidade para o arrependimento (Romanos 2:4; Lamentações 3:22).

“pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.” (Apocalipse 3:17)

Havia um provérbio muito comum entre os ricos de Laodiceia: “estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma”. O problema estava no fato de que quem citava este provérbio não eram os ricos incrédulos de Laodiceia, mas sim aqueles que se diziam cristãos. A igreja de Laodiceia perdera a capacidade ser sal e luz. Ao invés de influenciar o mundo, estava sendo influenciada por ele. O auge da arrogância espiritual é a autossuficiência. A Bíblia nos diz que sem Jesus nada podemos fazer (João 15.5).

Um provérbio comum e popular normalmente reflete a atitude de uma geração, como o que ocorreu na época de Ezequiel e Jeremias: "Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram?” (Ezequiel 18:1-4; Jeremias 31:29,30), que era uma geração que vivia a beira da tragédia (a destruição do Templo e da cidade, e a deportação para Babilônia) e, mesmo assim não se sentia culpada e, mesmo que o fosse, cria que quem sofreria as consequências não seriam eles, mas seus filhos...

A tragédia do auto engano que gera indiferença – “pois dizes”, Laodicéia era morna devido à ilusão que alimentava a respeito de si mesma. IMPRESSIONA A FALTA DE NOÇÃO DE UMA IGREJA TÃO CHEIA DE OPINIÕES E DE SI MESMA QUE É A ÚNICA QUE RETRUCA AO SENHOR!!!

A tragédia da auto satisfação que gera presunção – “não preciso de cousa alguma”, Laodicéia era morna porque não tinha consciência de sua condição (Provérbios 26:11; Isaías 42:20; Jeremias 5:3; Oséias 7:8-9; Lucas 6:42; João 9:39-41). O dinheiro traz uma falsa segurança e uma falsa autossuficiência (Deuteronômio 8:11-15; Provérbios 30:8,9; Obadias 1:3; Gálatas 6:3,7; 1 Coríntios 3:18; 1 Timóteo 6:17), e o pior, ensoberbece, “Quanto a mim, dizia eu na minha prosperidade: jamais serei abalado.” (Salmos 30:6).

Laodicéia confunde riqueza material como sinônimo e evidência de riqueza espiritual, e fica satisfeita com seu status diante da “aprovação” divina, "aos loucos a sua impressão de bem-estar os leva à perdição." (Provérbios 1:32)

O louvor de si mesmo é característica satanizada da Babilônia, que quer criar um nome para si mesma (Gênesis 11:4; Daniel 4:27; 2 Tessalonicenses 2:4; Apocalipse 18:7).

Que afronta, dizer Àquele que consumou uma obra completa: “não preciso de coisa alguma”!

Laodicéia estava orgulhosa de seu ouro, roupas e colírio, mas era pobre, nua e cega. Tiago descreve o rico como “insignificante” (Tiago 1:10).

A congregação de Laodicéia era presunçosa pois os crentes eram ricos, milionários. Frequentavam as altas rodas da sociedade. Eram influentes na cidade. A cidade era um poderoso centro médico, bancário e comercial.

A cidade produzia túnicas que eram famosas em todo o império, a TRIMITRA, feitas com lustrosa lã preta, produzia e exportava, também, um colírio a base de um pó mineral que abundava na região, o pó frígio, que era misturado a óleo, resultando em um emplasto oftálmico de uso bem generalizado.

A cidade por ser um importante centro administrativo e comercial dos romanos e, também, porque as demandas judiciais das cidades circunvizinhas eram ouvidas em Laodiceia sendo que, os fundos monetários arrecadados eram depositados nos bancos de Laodiceia, tudo isso fez com que a cidade se tornasse muito rica.

Tão rica era a cidade que, quando foi destruída por um terremoto no ano 61, ela rejeitou a ajuda financeira de Roma e bancou a sua reconstrução com recursos próprios. Muitas das estruturas reconstruídas incluíam a inscrição ἐκ τῶν ἰδίων ek tōn idiōn (“com nossos próprios recursos”).

A prosperidade material, sem temor de Deus é um laço e raiz de todos os males (1 Timóteo 6:10), produz soberba (Salmos 30:6), inveja (Salmos 73:3), destruição (Provérbios 1:32), rebeldia (Jeremias 22:21a).

"Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento;" (1 Timóteo 6:17)

A igreja de Laodicéia é gananciosa, consumista e auto promotora, um reflexo da sociedade na qual está inserida, o orgulho da cidade era contagioso, e os cristãos contraíram a epidemia. O espírito de complacência insinuou-se na igreja e corrompeu-a. Os membros da igreja tornaram-se convencidos e vaidosos.

Eles achavam que estavam indo bem em sua vida religiosa, mas Cristo os chamou de mendigos cegos e nus. Mendigos apesar de seus bancos, cegos apesar de seus pós frígios e nus apesar de suas fábricas de tecidos.

São mendigos porque não têm como comprar o perdão de seus pecados. São nus porque não tem roupas adequadas para se apresentarem diante de Deus. São cegos porque não conseguem enxergar a sua pobreza espiritual.

“Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.” (Apocalipse 3:18)

Cristo dá um conselho sincero para que essa igreja se arrependa e seja restaurada a uma posição de (ouro, 1 Pedro 1:7), justiça (vestes, Jó 29:14; Apocalipse 19:8; Isaías 51:6,8; 59:17; 63:1,10), revelação (colírio) e comunhão (ceia).

Aconselho-te Cristo prefere dar conselhos em vez de ordens, mesmo sendo soberano do céu e da terra, criador do universo, tendo incontáveis hostes ao seu comando, tendo o direito de emitir ordens para que lhe obedeçamos, prefere dar conselhos. Ele poderia ordenar, mas prefere aconselhar.

de MIM A suficiência está em Cristo – A igreja julgava-se autossuficiente, mas os crentes deveriam encontrar sua suficiência em Cristo. Só por Cristo recebemos a fé viva, só por Cristo recebemos a justiça imputada, só por Cristo recebemos a unção do ES. Para a igreja em pior estado é que Jesus se dirige de forma mais meiga e carinhosa “aconselho-te”, “a quantos amo”, "entrarei e cearei"... e, é para ela que promete o prêmio mais valioso: a glória ao lado do Pai.

compres Cristo se apresenta como um mercador, já que a igreja estava tão habituada ao comprar e vender, já que era extremamente consumista, seus produtos são essenciais. Seu preço é de graça. Há notícias gloriosas para os mendigos cegos e nus. Eles são pobres, mas Cristo tem ouro. Eles estão nus, mas Cristo tem roupas. Eles são cegos, mas Cristo tem colírio para os seus olhos. Cristo exorta a igreja a adquirir ouro para sua pobreza, vestimentas brancas para sua nudez e colírio para sua cegueira.

A compra aqui é a mesma que a do convite de Isaías 65:5,6 – “Ah! Todos vós, os que tendes sede, vinde às águas; e vós, os que não tendes dinheiro, vinde, comprai e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite." (Isaías 55:1), pois o pecador é incapaz de adquirir alguma coisa de Deus com seus próprios recursos (Isaías 65:6), é, portanto, um convite a graça.

O ouro que Cristo tem são as coisas celestiais. A roupa que Cristo oferece são as vestes da justiça e da santidade. O colírio que Cristo tem abre os olhos para o discernimento.

Cristo está conclamando os crentes a não confiarem em seus bancos, em suas fábricas e em sua medicina. Ele os chama a ele mesmo. Só Cristo pode enriquecer nossa pobreza, vestir nossa nudez e curar a nossa cegueira.

“Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.” (Apocalipse 3:19)

Cristo não desiste da igreja. Apesar da sua condição, Ele a ama. E, por isso, anuncia que vai discipliná-la, pois a base da disciplina é o amor (Deuteronômio 8:5; Jó 5:17,18; Provérbios 3:11; 6:23; 12:1; 13:24; 15:10,32; 22:15; 23:13,14; 29:15; 1 Coríntios 11:32; 2 Timóteo 2:25; Hebreus 12:4-17). E, para que isso não aconteça, a igreja precisa mudar de atitude e comportamento (“arrepende-te“). É uma questão que envolve a força de valores, que é o que motiva o zelo (“sê, pois, zeloso). Convicções levam a definições.

Arrepender-se é dar um basta a esse cristianismo de aparências, de faz de conta, de mornidão. A piedade superficial nunca salvou ninguém. Não haverá hipócritas no céu. Devemos vomitar (rejeitar) essas coisas, do contrário, Ele nos vomitará (rejeitará). Devemos trocar a mornidão (indefinição) pelo zelo (definição).

“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.” (Apocalipse 3:20)

estou a porta”, O monumental portão triplo que foi doado por Roma pode ter estado em mente nesta passagem.

e bato”, "estou (permanecendo)" é ἕστηκα (hestēka), tempo perfeito: "eu permaneço". "Bato" é κρούω (krouō), tempo presente: "estou batendo". Ele está de pé há um período de tempo e ainda espera a resposta deles às suas batidas contínuas.

A situação geral da igreja pode não mudar, mas as pessoas podem mudar, é uma questão pessoal, é um convite pessoal, “se alguém”, embora Cristo tenham todas as chaves, ele prefere bater à porta. É necessário dar oportunidade (“abrir a porta”) para a Palavra (“ouvir a minha voz”) provocar as mudanças necessárias, é necessário ter um espírito de humildade, arrependimento e obediência, o resultado: comunhão (“em sua casa e cearei”).

A oferta de Cristo de jantar fala de comunhão e intimidade. Compartilhar uma refeição nos tempos antigos simbolizava a união de pessoas em uma comunhão amorosa. Os crentes irão jantar com Cristo na ceia das bodas do Cordeiro (19:9), e no reino milenar (Lucas 22:16,29-30). CEIA é deipneo e se refere à refeição da noite, a última refeição do dia (Lucas 17:8; 22:20; 1 Coríntios 11:25). O Senhor Jesus Cristo exortou-os a se arrepender e ter comunhão com Ele antes que a noite do julgamento caísse e fosse tarde demais para sempre.

Este texto tem sido muito usado como um texto oferecendo salvação a um pecador perdido. Tal visão é baseada nas suposições de que os laodicenses, ou pelo menos uma parte deles, eram de fato perdidos, e que εἰσελεύσομαι πρὸς (eiseleusomai pros) significa “entrar”. Essas duas suposições, entretanto, são baseadas em poucas evidências.

Com referência à primeira suposição, que aqueles na igreja de Laodicéia não eram crentes, é importante notar que, no versículo anterior, o Senhor declara: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo”. Aqui φιλεω (phileō) é usado para “amor”, um termo que nunca é usado por Deus/Jesus amar os incrédulos no NT (de fato, seria impossível para Deus ter esse tipo de amor por um incrédulo, pois isso rotineiramente fala de alegria e comunhão). Ἀγαπα (agapa), ao contrário, é o verbo usado para o amor de Deus pelos incrédulos (João 3:16, p.ex.), pois frequentemente, senão normalmente, fala de compromisso e, quando usado com Deus/Jesus como o sujeito, a ideia é de um amor incondicional.

Este φιλεω (phileō) deve ser aplicado aos laodicenses aqui, pois o versículo conclui, “Sê, pois, zeloso e arrepende-te” O inferencial οὐ (ou) conecta as duas partes do versículo, indicando que os laodicenses devem se arrepender porque Cristo os ama, φιλεω (phileō)!

A segunda suposição é que εἰσελεύσομαι πρὸς (eiseleusomai pros) significa “entrar”, o que é uma leitura descuidada, pois a leitura correta seria “entrar para” (observe o espaço entre as preposições.) A ideia de “entrar” seria expressa com eij, como uma preposição independente que sugeriria uma penetração na pessoa (assim, gerando a ideia de entrar no coração). No entanto, espacialmente πρό (pro) significa “em direção a”, e não “em”.

Em todos os oito casos de εἰσστχομαι πρὸς (eiserchomai pros) no NT, o significado é “entrar em direção a / diante de uma pessoa” (isto é, entrar em um prédio, casa, etc., de modo a estar na presença de alguém), nunca penetração na própria pessoa. Em alguns casos, tal visão não seria apenas absurda, mas inadequada (Marcos 6:25;15:43; Lucas 1:28; Atos 10:3; 11:3; 16:40; 17:2; 28:8).

O que, então, podemos dizer que este versículo está afirmando? Em primeiro lugar, devemos responder negativamente: não é uma oferta de salvação. As implicações disso são múltiplas. Entre outras coisas, usar este texto como um versículo de salvação é uma perversão da simplicidade do Evangelho. Muitas pessoas alegadamente receberam Cristo em seus corações sem entender o que isso significa ou o que o evangelho significa. Embora este versículo seja pitoresco, ele na verdade turva a verdade da salvação. O recebimento de Cristo é uma consequência, não uma condição da salvação. Quanto ao significado positivo deste versículo, pode se referir a Cristo tendo a supremacia na assembleia ou mesmo a um convite (e, consequentemente, um lembrete) aos crentes para compartilhar com ele no Reino Vindouro. Mas determinar qual deles é correto está além do escopo da gramática. Tudo o que a gramática pode nos dizer aqui é qual não é correta - a saber, aquela que vê isso como uma oferta de salvação.

É evidente que Cristo tem em mente aqui aqueles poucos na igreja de Laodicéia que realmente nasceram de novo, mas cujas vidas assumiram as mesmas características mornas daqueles que são meramente cristãos professos. O fato de serem repreendidos e castigados é evidência de que são verdadeiros filhos de Deus, visto que tal programa não é dirigido àqueles que não são salvos (Hebreus 12:3-15).

A única cura para a mornidão é a readmissão à comunhão do Cristo excluído

“Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.” (Apocalipse 3:21)

Um trono é símbolo de conquista e autoridade.

A comunhão da mesa íntima é transformada em comunhão de banquete público.

Como Cristo participa do trono do Pai, também participaremos do trono de Cristo. Quando abrimos a porta para Cristo entrar em nossa casa, recebemos a promessa de entrar na Casa do Pai. Quando recebemos Cristo à nossa mesa, recebemos a promessa de sentarmos com Ele em Seu trono e participarmos de Seu banquete.

Esta, a maior e mais importante promessa, é colocada no final de todas as sete cartas, para reunir todas as promessas em uma. Ele também forma o link para a próxima parte do livro, onde o Cordeiro é apresentado sentado no trono de Seu Pai (Apocalipse 4:2,3).

"ao vencedor"

O nascido de novo é declarado "mais do que vencedor" por estar em Cristo ("por meio Daquele que nos amou" - Romanos 8:37), pois Cristo é mais do que vencedor, por ter vencido a morte (1 Coríntios 15:55; Apocalipse 1:18; Atos 2:24), o mundo (João 16:33) e o diabo (1 João 3:8b; Hebreus 2:15b; Marcos 3:27; João 12:31; Colossenses 2:15).

No contexto das sete cartas, é declarado vencedoraquele que atende o chamado ao arrependimento que é feito em cada situação específica de cada igreja em específico, assim:

Em Laodicéia é declarado vencedor aquele que que dá oportunidade para a Palavra o mudar, escutando com uma postura sincera de obediência o que ela tem a nos dizer a respeito de nós mesmos e de nossos comportamentos, entrando assim em comunhão autêntica com Jesus Cristo.

"Portanto, despojando-vos de toda impureza e acúmulo de maldade, acolhei, com mansidão, a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar a vossa alma. Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos." (Tiago 1:21,22)

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Apocalipse 3:22)

Esta é a última menção da "igreja" no livro do Apocalipse até as observações finais em 22:16a, “Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos testificar estas coisas às igrejas". A ausência da igreja nos eventos que se seguem indica que os santos que vivenciam o período de tribulação viverão após o Arrebatamento da Igreja, e que a Igreja não estará presente. Isso inclui um significativo testemunho judaico (7:4-8; 11:3-13; 14:1-5), ainda que muitos outros povos também se converterão no período (7:9-17).

O fato de que esta grande seção do Apocalipse não contêm nenhuma referência à igreja, mas fazem muitas referências a Israel foi reconhecido até mesmo por estudiosos que não defendem um arrebatamento pré-tribulacional.  O Apocalipse abunda em passagens que não têm nenhum caráter cristão específico, mas, pelo contrário, mostram uma compleição decididamente judaica.

É importante entender que a visão do arrebatamento pré-tribulacional não é derivada dessa observação, mas que se baseia em outras passagens. A ênfase na igreja nos capítulos 2 e 3, seguida por uma omissão completa de qualquer menção à igreja nos eventos dos julgamento que abrange os capítulos 6 a 19 é apenas uma das inúmeras evidências nas Escrituras que indicam que a igreja não passará pela Tribulação.

CONCLUSÃO

Tomadas como um todo, as mensagens às sete igrejas da Ásia constituem uma advertência abrangente do próprio Cristo, conforme corporificado nas exortações a cada uma das igrejas. Há um aviso para as igrejas de hoje para "ouvirem o que o Espírito diz às igrejas". A igreja de Éfeso representa o perigo de perder o nosso primeiro amor (2: 4), aquele novo ardor e devoção a Cristo que caracterizou a igreja primitiva. A igreja de Esmirna que representa o perigo do medo do sofrimento foi exortada: “Não temas o que hás de padecer” (2:10). Em uma época moderna, quando a perseguição aos santos foi reavivada, a igreja pode muito bem dar ouvidos à exortação "Não temas." A igreja de Pérgamo ilustra o perigo constante de compromisso doutrinário (2: 14-15), frequentemente o primeiro passo para a deserção completa. Oxalá a igreja moderna, que abandonou tantos fundamentos da fé bíblica, atendesse ao aviso! A igreja de Tiatira é um monumento ao perigo do compromisso moral (2:20). A igreja hoje pode muito bem dar atenção ao afastamento dos padrões morais que invadiram a própria igreja. A igreja de Sardes é uma advertência contra o perigo da morte espiritual (3: 1-2), da ortodoxia sem vida, da mera aparência externa, de ser, como os fariseus, sepulcros caiados. A igreja na Filadélfia recomendada por nosso Senhor é, no entanto, advertida contra o perigo de não se apegar (3:11), e exortados a guardar “a palavra da minha paciência”, para manter a “pouca força” que eles tinham e esperar pela vinda do Senhor. A mensagem final para a igreja em Laodicéia é a acusação final, uma advertência contra o perigo da mornidão (3: 15-16), da auto-suficiência, de estar inconsciente da necessidade espiritual desesperada. Para as igrejas contemporâneas, cada uma dessas mensagens é surpreendentemente relevante e apontada em sua análise perscrutadora do que nosso Senhor vê quando está no meio dos candeeiros.

A carta a igreja de Filadélfia

 FILADÉLFIA (amor fraternal)

A cidade foi fundada em 189 a.C. pelo rei Eumenes II de Pérgamo que batizou a cidade em honra do seu irmão, que seria seu sucessor, Átalo II, cuja lealdade lhe valeu o apelido de "Philadelphos", que significa literalmente "alguém que ama seu irmão".

Diz a lenda que Zeus visitou pessoalmente a cidade e foi dito que ele mandou que o povo deveria ser puro, não praticar o engano, o assassinato, o roubo, o adultério e outros tipos de mal.

Daí que Filadélfia se diferenciava das outras cidades do império, predominantemente devassas e o seu povo era hospitaleiro e fraternal, era uma cidade do bem.

Era uma cidade que se preocupava mais com as questões espirituais do que com as questões materiais, tanto que suas divindades estavam ligadas a família, as virtudes e a saúde, como Héstia, a deusa do amor e do lar.

O evangelho foi bem recebido na cidade, pois seus habitantes tinham interesse na vida além-túmulo e na salvação da alma.

A cidade existe até hoje e se chama ALLAH-SHEAR, "a Cidade de Deus".

“Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá:” (Apocalipse 3:7)

A ÊNFASE DO TÍTULO ESTÁ NA OPORTUNIDADE.

Aqui vemos a divindade de Cristo na aplicação de um título pelo Filho que é exclusivamente do Pai. Este título é aplicado repetidamente a יהוה (Yahweh) no Antigo Testamento (Levítico 19:2; 2 Reis 19:22; Salmos 22:3; 71:22; 78:41; 89:18; Isaías 1:4; 5:19,24; 6:3; 10:20; 12:6; 17:7; 29:19; 30:11,12,15; 31:1; 37:23; 40:25; 41:14,16,20; 43:3,14,15; 45:11; 47:4; 48:17; 49:7; 54:5; 55:5; 57:15; 60:9,14; Jeremias 50:29; 51:5; Ezequiel 39:7), o Santo de Israel. A santidade de Jesus é um reflexo de sua identificação com o Pai na Divindade. “Eu e Meu Pai somos um” (João 10:30). Hagios caracteriza Jesus como alguém especialmente separado, uma característica exclusiva de Deus (Salmos 16:10; Lucas 1:35; Marcos 1:23; João 6:69; Atos 3:14; 1 Pedro 1:15)

"Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus." (Hebreus 7:26)

Não só isso, Ele é verdadeiro. Ele é verdadeiro em si mesmo. Ele é o autor da verdade. Ele é o revelador da verdade, Ele é a verdade (João 14:6).

Não pode haver santidade sem a Verdade, "Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade." (João 17:17), as duas andam juntas.

Então, porque Jesus Cristo se apresenta a essa igreja sob estes títulos? Jesus escolheu esses termos descritivos porque isso seria um imenso encorajamento para esta igreja: “Eu sou absolutamente santo, e valorizo ​​a verdade, e minha santidade e minha verdade os examinaram, e não há nada para condenar”.

Nesta carta, assim como na carta a Esmirna, não existe censura ou repreensão!

Elas estão no centro da vontade de Deus para a igreja: ou se morre pela Verdade ou se apega e se propaga a verdade. A igreja do Deus vivo é a coluna e o baluarte da verdade. (1 Timóteo 3:15), ou seja, aquela que a sustenta e abriga.

E já que esta igreja é fiel, está dentro da vontade ideal de Deus para a Igreja, e não tem nada que ser repreendido, o que resta é que o Senhor lhe dê oportunidades e autoridade para trabalhar a favor do Reino. E é isso que Ele faz, por isso se apresenta como quem tem a chave.

CHAVE nas Escrituras é autoridade, controle, poder. Ele comissiona e capacita:

mas recebereis poder...e sereis minhas testemunhas” (Atos 1:8)

A alusão a Chave de Davi é uma citação de Isaías 22:22, nesse texto, a Escritura fala sobre um homem chamado Eliaquim, filho de Hilquias. que viveu na época em que Ezequias era rei. Ezequias tinha um tesouro guardado em uma casa do tesouro. E Eliaquim, era o guardador da chave desse cofre. Era o tesouro real, então era o tesouro de Davi porque Davi era a linhagem real. E a tesouraria acumulada desde Davi continuou aumentando e aumentando até o tempo de Ezequias (2 Reis 20:17a), quando foi carregada com enormes riquezas. Tão grande era o tesouro, que Ezequias, após ter 15 anos de vida acrescentados, se enfatuou de ostentação e o apresentou aos embaixadores da Babilônia, se gabando (2 Reis 20:12-18).

Eliaquim era o detentor da chave, o que significa que ele tinha a autoridade, o controle do tesouro. Ele poderia abrir suas riquezas, ele poderia fechá-las. A chave de Davi, então, era a autoridade sobre as riquezas reais. E aqui, Jesus diz: “Sou eu que tenho a chave de Davi. Sou eu que posso abrir o tesouro e derramar sobre você as riquezas reais.

Essa chave destranca o acesso ao reino dos céus. Jesus Cristo pode abrir a porta para permitir que qualquer pessoa entre no Reino. Jesus Cristo é soberano, no capítulo 1, versículo 18, tinha as chaves do inferno e da morte. E aqui, Ele tem as chaves para a salvação e bênção. Ele pode enviar pessoas para o inferno ou pode abrir a porta e enviá-las para o céu. Ele pode fechar a casa do tesouro ou pode abri-la. Os tesouros da salvação. Só depende Dele. “Assim, pois, não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia. Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz.” (Romanos 9:16,18) e “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” (João 1:12,13)

E se Ele abrir, ninguém pode fechar; e se Ele fechar ninguém pode abrir, isso fala de onipotência.

Jesus Cristo está concedendo esse poder, essa autoridade a Filadélfia da mesma forma como Ele dera a Pedro em Mateus 16:19 “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus.

E, de fato, no período que Filadélfia profeticamente representa (séculos XVIII e XIX) houve uma explosão evangelística e missionária, o maior avivamento espiritual da história da Igreja, bem como o surgimento das Sociedades Bíblicas, que traduziram e levaram as Escrituras a centenas de línguas e culturas, nunca a Bíblia foi tão divulgada!

Nomes como Hudson Taylor, David Livinstone, William Carey, Adoniram Judson, Jonathan Edwards (que pregou o sermão mais famoso da história: "Pecadores nas Mãos de um Deus Irado"), Amy Beatrice Carmichael e muitos, muitos outros.

Foi nesse momento dispensacional também, que se iniciou o estudo mais aprofundado dos livros de Daniel e do Apocalipse, quando o interesse pela escatologia se acentuou e a doutrina dispensacionalista, bem como o método gramático-histórico, se cristalizaram.

Conheço as tuas obras — eis que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual ninguém pode fechar — que tens pouca força, entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o meu nome. (Apocalipse 3:8)

PORTA significa acesso, permissão, oportunidade. O Senhor abre a porta da fé quando oferece o Evangelho (Atos 14:27; 16:14; Lucas 24:45) dando acesso a salvação e a comunhão; e abre as portas de trabalho para que a Palavra seja divulgada (1 Coríntios 16:9; 2 Coríntios 2:12; Colossenses 4:3).

A situação da cidade explica totalmente essa citação. Filadélfia ficava na extremidade superior de um longo vale, que se abre para o mar. Depois de passar pela Filadélfia, a estrada ao longo deste vale sobe até a terra da Frígia e o grande Planalto Central, a massa principal da Ásia Menor. Esta estrada era a que conduzia do porto de Esmirna às partes nordeste da Ásia Menor e ao Oriente em geral, a única rival da grande rota que conectava Éfeso com o Oriente, e a maior rota comercial asiática … Filadélfia, portanto, era a guardiã da porta de entrada para o planalto.

“tens pouca força”, Jesus não censura essa igreja, mas diz que ela possui pouca força, o que não é algo negativo, isso pode estar relacionado ao fato de ela ser pequena em número ou limitada de recursos. De qualquer maneira, isso se enquadra dentro do “modus operandi” divino, visto que o poder do Senhor se torna mais expressivo na fraqueza e na limitação humanas (Juízes 6:14,15; 7:2-7; 2 Reis 6:16; 2 Crônicas 20:12; Joel 3:10; 2 Coríntios 12:9,10; Filipenses 4:13)

O Senhor não chama os capacitados, mas capacita os chamados!

guardaste a minha palavra”, esse é o segredo do sucesso espiritual e da vida, pois quando se é “operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar” (Tiago 1:25; Salmos 1:2,3).

E Filadélfia se manteve fiel ao que recebeu, foi mantendo Sua Palavra - e os mandamentos nele contidos - que a igreja de Filadélfia demonstrou a profundidade de seu amor por Cristo (João 14:21-24).

Não era fácil viver o evangelho, pregar o evangelho, defender o evangelho naquele período de tempo no final do primeiro século: Cristo havia sido rejeitado, os apóstolos foram mortos. João, o apóstolo final, que realmente era o patriarca dessas igrejas na Ásia Menor, estava no exílio em Patmos: um homem muito velho, quebrando pedras com o resto dos prisioneiros até sua morte. A igreja estava sob perseguição e a perseguição era violenta. E então o que você tem aqui são sete igrejas vivendo em um mundo hostil sob perseguição e o caráter que se desenvolve nessa situação.

E mesmo diante de tudo isso, Filadélfia (assim como Esmirna), não cedeu às pressões e manteve o testemunho do Nome de Jesus Cristo através de obediência (guardaste a minha palavra) e lealdade (não negaste o meu Nome)!

Eis farei que alguns dos que são da sinagoga de Satanás, desses que a si mesmos se declaram judeus e não são, mas mentem, eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés e conhecer que eu te amei. (Apocalipse 3:9)

Quem são esses judeus? são a semente natural de Abraão, os judeus incrédulos, que tinham circuncisão física, mas não tinham a circuncisão do coração:

Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus.(Romanos 2:28-29)

Esses judeus confiaram em sua descendência física de Abraão, mas o negaram como pai por suas ações.

João Batista os advertiu “e não pensem em dizer a si mesmos: Nosso pai é Abraão. Pois vos digo que Deus é capaz de levantar filhos para Abraão destas pedras.” (Mateus.3:9).

Jesus igualmente: “Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão.
Mas agora procurais matar-me, a mim que vos tenho falado a verdade que ouvi de Deus; assim não procedeu Abraão.
" (João 8:39b,40)

Paulo observou que apenas um subconjunto dos judeus eram o Israel de Deus (Gálatas 6:16). Este remanescente crente dentro de Israel, agora inseridos na Igreja, eram os verdadeiros judeus:

E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas; nem por serem descendentes de Abraão são todos seus filhos; mas: Em Isaque será chamada a tua descendência. Isto é, estes filhos de Deus não são propriamente os da carne, mas devem ser considerados como descendência os filhos da promessa. (Romanos 9:6-8)

Ele advertiu a igreja de Filipos a tomar cuidado com a "mutilação" (um eufemismo para os judeus incrédulos circuncidados fisicamente, Gálatas 5:12):

Acautelai-vos dos cães! Acautelai-vos dos maus obreiros! Acautelai-vos da falsa circuncisão! Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne. (Filipenses 3:2,3)

Os judeus incrédulos eram a maior ameaça à igreja primitiva (Atos 13:50; 14:2,5,19; 17:5).

O próprio Senhor Jesus foi pessoalmente perseguido por eles: "os quais (os judeus) não somente mataram o Senhor Jesus e os profetas, como também nos perseguiram, e não agradam a Deus, e são adversários de todos os homens, a ponto de nos impedirem de falar aos gentios para que estes sejam salvos, a fim de irem enchendo sempre a medida de seus pecados. A ira, porém, sobreveio contra eles, definitivamente." (1 Tessalonicenses 2:15,16)

Esta ameaça foi agravada porque os cristãos inicialmente desfrutavam de proteção contra Roma por ser considerada uma seita dentro Judaísmo. Visto que o judaísmo gozava de proteção como religião reconhecida por Roma, enquanto o cristianismo fosse visto como uma seita dentro do judaísmo, a perseguição era mínima. Mas a cisão fundamental entre o judaísmo e o cristianismo acabou gerando perseguição, não apenas dos judeus, mas também de Roma.

A perseguição pela sinagoga foi algo que Jesus havia alertado: Eles vos expulsarão das sinagogas; mas vem a hora em que todo o que vos matar julgará com isso tributar culto a Deus. Isto farão porque não conhecem o Pai, nem a mim.” (João 16:2,3; Mateus 23:34; Marcos 13:9; Lucas 21:12) e Paulo a experimentou intensamente (Atos 9:20-23; 13:45-50; 14:2; 17:5-10; 18:6,28; 19:9; 22:22).

Esta declaração chocante, “sinagoga de Satanás” afirma que os judeus que odiavam e rejeitavam Jesus Cristo eram seguidores de Satanás tanto quanto pagãos adoradores de ídolos (João 8:44)

 A perseguição pelos judeus incrédulos era motivada pela crença de que somente eles tinham o verdadeiro entendimento de Deus.

O termo "sinagoga" tem origem na palavra grega συναγωγή, composta de σύν (sýn) = “com, junto”, e ἄγω ('ago) = “conduta, educação”, cujo significado seria "assembleia para aprendizado". Pode se dizer que a sinagoga é uma escola.

Tem como objeto central a Arca da Torá, o culto envolve leituras da Torá, cujos rolos são retirados da Arca (heikhal) e transportados até o púlpito (Tebá).

A sinagoga foi um hábito adquirido na Babilônia devido à inexistência de um templo.

A sinagoga passou a funcionar como um ponto de encontro dos judeus para as orações e para a leitura das Escrituras.

A sinagoga não se limita ao prédio. As reuniões religiosas no judaísmo pós-destruição do templo eram feitas em casas privadas, e ainda há sinagogas que se reúnem em casas privadas até hoje.

Costume esse que foi adotado pelo cristianismo nascente, já que a maioria dos convertidos, inicialmente eram judeus. (Atos 5:42; 12:12; Romanos 16:5; Tiago 2:2)

É interessante observar que Satanás use seus especialistas, seus “profissionais mais qualificados” (a sinagoga de Satanás), exatamente para lidar com as duas igrejas que são mais prejudiciais aos seus propósitos: Esmirna e Filadélfia (Apocalipse 2:9b e 3:9a)

Por que? “Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos.” (2 Timóteo 3:12)

"eis que os farei vir e prostrar-se aos teus pés", essa expressão pode parecer estranha, pois sabemos o quanto a Palavra condena a adoração de homens ou de anjos (Atos 10:25,26; 14:11-18; Apocalipse 19:10; 22:8,9).

Temos que entender o contexto bíblico deste tipo de manifestação, esta é uma alusão a numerosas passagens do AT que indicam que no Milênio, gentios virão e se prostrarão diante Israel em reconhecimento de que Deus está com eles (Isaías 45:15; 49:22-23; 60:14-16). Zacarias descreveu uma época em que os gentios honrarão os judeus fiéis porque, “ouvimos que Deus é convosco” (Zacarias.8:20-23).

Então, este não é um gesto de adoração, mas de reconhecimento e honra. Não se está “prostrando a” mas, “diante de”. O que aconteceu, por exemplo com Daniel depois que ele revelou o significado do sonho do rei: "Então, o rei Nabucodonosor se inclinou, e se prostrou rosto em terra perante Daniel, e ordenou que lhe fizessem oferta de manjares e suaves perfumes. Disse o rei a Daniel: Certamente, o vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador de mistérios, pois pudeste revelar este mistério." (Daniel 2:46,47)

Aqui, então, temos uma inversão das expectativas judaicas, o que os judeus esperavam dos pagãos, e creem que um dia acontecerá no Milênio com a nação de Israel, eles próprios serão forçados a render aos seguidores de Jesus.

Jesus está prometendo que a sinagoga (os judeus incrédulos), que persegue e prejudica esta igreja e seus trabalhos, irá reconhecer que o verdadeiro Deus (o Deus deles!) ama esta igreja e está no meio dela. Afinal, este é um dos propósitos para o qual a Igreja foi chamada: deixar os judeus com ciúmes (Romanos 11:11,14; Deuteronômio 32:21; Isaías 65:1,2; Romanos 10:19-21).

Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra. (Apocalipse 3:10)

Essa era uma igreja CARACTERIZADA PELA OBEDIÊNCIA PACIENTE. Eles guardavam “a palavra da minha perseverança”, uma expressão bem parecida com aquela que aparece em 1:9 “perseverança em Jesus”, sem dúvida uma qualidade muitíssimo incentivada pelas Escrituras e para a qual é prometido grande galardão (Hebreus 10:35,36).

Perseverar é ὑπομονῆς (hypomonēs, de hupo = sob + meno = ficar, permanecer) é a característica de não se desviar de seu propósito e de sua lealdade à fé mesmo diante de obstáculos, provações e sofrimentos.

Filadélfia é a boa terra, onde a semente produz com perseverança (Lucas 8:15).

a hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra” fala da Tribulação escatológica: é futura (“há de vir”), tem uma duração controlada (“a hora”), será abrangente (“sobre o mundo todo”) e tem um destinatário específico: os incrédulos, tanto judeus como gentios (“os que habitam sobre a terra”) e será um momento para que se evidencie, para que se exponha aquilo que verdadeiramente se é, um julgamento para ver de que você realmente é feito (“provação...experimentar”).

Evidentemente todos os renascidos que compõem a verdadeira Igreja serão tirados desse mundo antes dessa hora através do Arrebatamento, independentemente de estarem se comportando de maneira perseverante ou não (1 Tessalonicenses 5:9,10), pois este livramento é algo que foi obtido na cruz através da Obra Consumada.

Mas aqui no caso de Filadélfia, é como se o Senhor estivesse dizendo: “vocês já passaram com louvor por todos os testes, foram obedientes, foram leais, mantiveram o testemunho, suportaram as provações, vocês não precisam provar mais nada...estão dispensados do teste final...”

A tribulação não é para os crentes, o verbo tēreō (guardar) é seguido por uma pequena preposição, ek. que significa “fora de”. Alguns interpretam que o Senhor vai guardar a Igreja, mesmo ela estando dentro da Tribulação. Mas existe uma preposição no grego para através (dia) e existe uma preposição no grego para em (en), o Senhor não usou dia ("Vou mantê-lo durante essa hora") e nem usou en, (“Vou mantê-lo nessa hora”). Ele usou ek, "Vou mantê-lo fora dessa hora."

A tribulação não é para os crentes, é para aqueles que estão enraizados neste sistema, “os que habitam sobre a terra”, são pessoas que matam os crentes (6:10); são pessoas sob tripla maldição (8:13); são pessoas que trocam presentes e se alegram com a morte cruel das testemunhas de Deus (11:10); são pessoas que admiram e adoram a Besta (13:8,12); são pessoas CUJOS NOMES NEM ESTÃO ESCRITOS NO LIVRO DA VIDA! (17:8). A explicitude de seus pecados é tão grande, a gravidade de adorarem o diabo “de olhos abertos” após terem rejeitado deliberadamente a salvação faz com que Deus permita que eles sejam entregues a operação erro. (Hebreus 2:3; 2 Tessalonicenses 2:9-12).

Então, quando o teste chegar, alguns se arrependerão e serão salvos. O evangelho durante aquela hora de teste será pregado por aquelas duas testemunhas, por 144 mil judeus e por um anjo que voa no meio do céu. E alguns se arrependerão, acreditarão e passarão no teste (mas ao custo de suas vidas ou perseverando até o fim, Apocalipse 7:9,14; 13:7; 14:13; 20:4 / Mateus 24:13; 25:34-40; Apocalipse 14:1-5); outros rejeitarão e serão condenados, pois mesmo diante de tantas demonstrações de juízos da parte de Deus se recusam a se arrepender (Apocalipse 9:20,21).

É tudo isso que essa hora irá revelar.

"o tempo está próximo. Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça, e o santo continue a santificar-se." (Apocalipse 22:10b,11)

Venho sem demora. Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua coroa. (Apocalipse 3:11)

Estou chegando rapidamente! Esta é uma promessa que se repete por 5 vezes no livro de Apocalipse (2:16; 3:11; 22:7,12,20) e a consequência da Sua volta: “e comigo está o galardão que tenho para retribuir a cada um segundo as suas obras”, para os crentes mundanos (como os de Pérgamo), esse retorno significa espada, julgamento (2:16), mas para os crentes fiéis (como os de Filadélfia) significa prêmio, glória. E, se para os mundanos a palavra é de advertência, para os fiéis e de estímulo “conserva o que tens”, ou seja, aguente, não mude, fique do jeito que você está, continue fazendo o que está fazendo, seja mais fiel, para não perder nada da recompensa que o Senhor preparou para você, "aproveitai as oportunidades" (Colossenses 4:5); "remindo o tempo" (Efésios 5:16); "prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não" (2 Timóteo 4:2); "certos de que cada um, se fizer alguma coisa boa, receberá isso outra vez do Senhor" (Efésios 6:8); "enquanto tivermos oportunidade, façamos o bem" (Gálatas 6:10); "sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão" (1 Coríntios 15:58)

A perseverança e constância dão garantias de um galardão completo, mas é necessário vigilância para que o foco, propósito ou motivação não sejam alterados, pelo engano, ao longo do percurso. "Acautelai-vos, para não perderdes aquilo que temos realizado com esforço, mas para receberdes completo galardão." (2 João 1:8; Gálatas 4:3,4; 4:10,11; 1 Coríntios 9:25; Filipenses 3:13; 2 Timóteo 2:5; 4:8; Tiago 1:12)

Ao vencedor, fá-lo-ei coluna no santuário do meu Deus, e daí jamais sairá; gravarei também sobre ele o nome do meu Deus, o nome da cidade do meu Deus, a nova Jerusalém que desce do céu, vinda da parte do meu Deus, e o meu novo nome.
Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. (
Apocalipse 3:12,13)

Deus é atento, cuidadoso e solícito com os temores e necessidades do seu povo. Filadélfia sofreu um devastador terremoto no ano 17, e a cidade vivia traumaticamente sob o medo de tremores.

COLUNA fala de firmeza, de ser inabalável, de estar seguro. É isso que Deus está prometendo aqui aos seus servos de Filadélfia: segurança eterna (“daí jamais sairá”).

Mas não é só isso: "coluna NO SANTUÁRIO DO MEU DEUS".

Creio que esse versículo é o versículo MAIS PROFUNDO sobre COMUNHÃO de TODA a Bíblia. Comunhão, esse é o segredo do sucesso das atividades de Filadélfia, obediência, fidelidade, testemunho, perseverança, evangelismo, apego a Palavra...tudo. O segredo e a meta de tudo o que há no cristianismo e na vida pessoal de um cristão. Na realidade, comunhão com Deus é a meta e a chave, não só do cristianismo, mas também do judaísmo, da criação do homem, da redenção, da eternidade...esse é o motor, a motivação divina: comunhão! O homem foi criado para Deus (1 Coríntios 8:6).

Neste versículo Jesus está prometendo TUDO o que Ele tem: meu Deus, meu Deus, meu Deus, meu Deus, Ele não está retendo nada: o santuário, o Nome de Deus, a cidade...até a Si mesmo.

O paraíso não é um lugar, é uma pessoa. "para que onde EU ESTIVER, estejais vós também" (João 14:3); "e assim estaremos para sempre COM O SENHOR" (1 Tessalonicenses 4:17) Esse é o foco.

O santuário é o local de ENCONTRO COM a pessoa de Deus.

Gravarei SOBRE ele: associação, apropriação, assimilação, identificação, comunhão. É uma via de duas mãos, se você leva sobre si o nome de Deus, isso não quer dizer apenas que Deus te possui, mas que também você possui Deus, pois você leva o que Ele tem de mais precioso Seu Nome (Salmos 138:2; Filipenses 2:9).

Mas esse é o ápice, o cúmulo do absurdo da doação: “gravarei sobre ele O MEU NOVO NOME!

A Eternidade é uma nova realidade que se desconecta com tudo aquilo que já foi, que é passado, esse é um princípio de ação divina (Filipenses 3:13,14; 1 Coríntios 13:11; Salmos 45:10; Lucas 9:62; 17:32; 2 Coríntios 5:16; Hebreus 6:1; 10:38,39; Isaías 65:17; Apocalipse 21:1-5; Miquéias 7:18,19). É por isso que, a exceção de Deus, todos receberemos um novo nome, isso é exclusividade, intimidade, cumplicidade, comunhão. (“um nome novo, o qual ninguém conhece, exceto aquele que o recebe”, Apocalipse 2:17b).

Mas, ELE NOS COMPARTILHA SEU NOVO NOME ["tem um nome escrito que ninguém conhece, senão ele mesmo" (Apocalipse 19:12b)] ao escreve-Lo sobre nós!

"ao vencedor"

O nascido de novo é declarado "mais do que vencedor" por estar em Cristo ("por meio Daquele que nos amou" - Romanos 8:37), pois Cristo é mais do que vencedor, por ter vencido a morte (1 Coríntios 15:55; Apocalipse 1:18; Atos 2:24), o mundo (João 16:33) e o diabo (1 João 3:8b; Hebreus 2:15b; Marcos 3:27; João 12:31; Colossenses 2:15).

No contexto das sete cartas, é declarado vencedoraquele que atende o chamado ao arrependimento que é feito em cada situação específica de cada igreja em específico, assim:

Em Filadélfia é declarado vencedor aquele que busca o máximo galardão, aquele que está focado na fidelidade e na produtividade eterna e irreversível que a vontade de Deus proporciona.

“prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3:14)